© Samuel Mendonça
© Samuel Mendonça

O presidente da Federação do PS do Algarve congratulou-se ontem com a intenção anunciada pelo Governo de realizar investimentos ferroviários, criando uma nova ligação ao aeroporto de Faro, e portuários, mas criticou o abandono da requalificação da Estrada Nacional 125.

Em declarações à agência Lusa, António Eusébio lamentou que o Governo não tenha dado mais atenção ao setor rodoviário e defendeu que a requalificação da Estrada Nacional (EN) 125 era necessária também para que a região melhorasse a sua acessibilidade, sobretudo porque essa estrada é a única alternativa à Via do Infante (A22), que o Governo decidiu portajar a partir de dezembro de 2011.

“A EN 125 está parada, dá imagem a quem nos visita, porque é obra inacabada ao longo do traçado e é uma obra fundamental, não só para o Algarve e os algarvios, mas para todos aqueles que visitam o Algarve”, afirmou o líder regional do PS, frisando que “é preciso concretizá-la e finalizá-la”.

António Eusébio considerou ainda que o Governo “não devia delegar em ninguém” e deveria “fazer um estudo sério sobre a região do Algarve para perceber o quanto a região tem sido prejudicada em termos de turismo, número de dormidas e receitas com a introdução de portagens na via do infante”.

“É bom, congratulamo-nos com esta pretensão de investimentos, mas temos que fazer a ligação à EN125, porque o Algarve precisa dela também”, afirmou António Eusébio, ao comentar o Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI) apresentado pelo Governo para o período 2014-2020.

O presidente da federação socialista do Algarve considerou que o plano prevê para o “setor ferroviário 55 milhões de euros, para o marítimo-portuário 10 milhões de euros e para o aeroportuário 66 milhões, que fazem todo o sentido porque o aeroporto de Faro precisa de fazer esta ligação em termos de acessibilidade”, ligando esta infraestrutura à linha ferroviária do Algarve.

“Esta é a região mais importante do país em termos de turismo, que tanto contribui para o Produto Interno Bruto, e isso deve ser reconhecido nas nossas infraestruturas. Mas todo este investimento representa apenas 2 por cento ao nível do país”, criticou ainda António Eusébio.

O dirigente contrapôs este valor com os 4,5 por cento que a região obteve em Quadro Comunitários de Apoio anteriores, que “no passado faziam o Algarve ser conhecido pelos 4,5 por cento”, que entre 2014 e 2020 se reduzirão para 2 por cento do total nacional.

Segundo o portal do Governo, o PETI prevê 131 milhões de euros para o Algarve no período 2014-2020, divididos pelos setores ferroviário (55 milhões), marítimo-portuário (10) e aeroportuário (66).

No documento está previsto o “desenvolvimento do aeroporto de Faro enquanto infraestrutura estratégica para o turismo do Algarve” e o “aumento da sua área de influência através da construção de uma ligação ferroviária direta à linha do Algarve”.

Os investimentos pretendem imprimir o “desenvolvimento da linha do Algarve e construção de nova ligação direta ao aeroporto de Faro”, no setor ferroviário e portuário, enquanto no marítimo portuário os investimentos destinam-se aos dois principais portos da região, o de Faro e Portimão, segundo o documento.