O PS e o PCP questionaram o Ministério da Saúde acerca do futuro da maternidade do Hospital de Portimão, onde faltam médicos, manifestando-se contra o encerramento e exigindo soluções.
Em causa está uma carta do diretor da Pediatria do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), datada de 02 de julho e dirigida à administração do centro, na qual defende o encerramento transitório da maternidade do Hospital de Portimão, possibilidade contestada pela população, que na sexta-feira se manifestou em frente àquele hospital.
Em comunicado, o PS/Algarve refere ter exigido do ministro da Saúde garantias do não encerramento daquela maternidade, tal como o PCP, que defende que a resposta aos problemas não passa pelo encerramento, mas sim pelo reforço de médicos.
Os deputados do PS questionaram Paulo Macedo sobre as medidas que a tutela prevê tomar para evitar o encerramento da maternidade, exigindo garantias de que o ministério resolva o problema da falta de profissionais no Algarve.
Também o Grupo Parlamentar do PCP pediu justificações ao ministro para uma medida “tão claramente lesiva dos interesses das populações” e defendeu o reforço de médicos, das verbas para a saúde e a reversão do processo de fusão dos três hospitais da região.
Em declarações à Lusa na passada semana, o administrador do CHA, Pedro Nunes, assumiu que aquela maternidade só se mantém aberta devido à “boa vontade” dos médicos de Portimão, que têm que trabalhar mais horas, e dos de Faro, que lá vão ajudar quando é necessário.
Segundo o responsável, a maternidade do Hospital de Portimão realiza cerca de mil partos por ano e tem apenas seis pediatras e oito obstetras, que fazem simultaneamente os serviços de urgência e maternidade.
Contudo, mantém-se como maternidade de primeira linha por questões de localização, já que populações como a de Aljezur, por exemplo, ficam a cerca de 100 quilómetros do Hospital de Faro.
As unidades de Faro, Portimão e Lagos passaram a integrar o Centro Hospitalar do Algarve há um ano, gerando uma onda de contestação por parte de cidadãos e de presidentes de autarquias, como a de Portimão, que subscreveu uma providência cautelar para evitar a extinção de valências naquela unidade.
O ministro da Saúde anunciou, entretanto, a abertura de mais de cem vagas para médicos de várias especialidades no Algarve, incluindo medicina familiar, após a denúncia da Ordem dos Médicos de falta de clínicos na região.