A presidente dos sociais democratas de Tavira, Elsa Cordeiro, que também é vereadora na câmara, considera que os protocolos celebrados entre o município e as freguesias no âmbito das delegações de competências "oneram mais as freguesias do PSD" e não compreende como "umas são mais prejudicadas que outras".
A dirigente partidária manifestou a sua solidariedade para com todas as freguesias do concelho, mas "especialmente para com as de Cachopo e Cabanas", a primeira gerida por um autarca do PSD e a segunda por um independente apoiado pelos sociais democratas, que não apresentaram lista a esse órgão autárquico nas últimas eleições.
Elsa Cordeiro considera que Cachopo e Cabanas foram "altamente penalizadas com estes cortes, sendo necessário uma diminuição nos orçamentos das mesmas em 37,5 e 22,5 por cento, respetivamente".
"É incompreensível que o executivo camarário não tenha ouvido previamente os seus presidentes de junta e mesmo os vereadores da oposição e tomado esta iniciativa como uma dado adquirido, beneficiando mais uns que outros e parecendo-nos que houve dois pesos e duas medidas” acrescentou Elsa Cordeiro, num comunicado.
Questionado pela Lusa, o presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, refutou estas acusações, considerando que "a intervenção da comissão política do PSD não faz qualquer sentido".
Botelho explicou que a autarquia "fez este ano uma redistribuição das verbas, dizendo que nenhuma freguesia podia receber menos de 10 por cento do montante que a câmara municipal transfere para as [sete] freguesias e privilegiando, ou recebendo mais, as maiores, como Santa Maria e Cachopo".
O autarca precisou que havia casos como o da freguesia de Santo Estêvão, com cerca de 1600 eleitores, que apenas recebia sete por cento e o executivo aumentou esse valor em três pontos percentuais, “após cortar a todas as freguesias por igual a mesma verba que o Estado cortou à câmara, que foi cinco por cento de despesas correntes".
"O que foi feito foi uma correção em função de um conjunto de critérios como a população, a territorialidade, a dispersão geográfica e a interioridade", afirmou, frisando que a freguesia de "Santa Maria é a que recebe mais dinheiro e é gerida por um autarca do PSD, e a de Cachopo é a segunda que mais recebe, e também é gerida por um autarca do PSD”.
"Mas agora Cabanas entendemos que estava, em função da sua dimensão, a receber dinheiro um pouco acima do critério que estabelecemos", reconheceu.
Folha do Domingo/Lusa