O Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve tinha proposto aos jovens das paróquias algarvias que iniciassem esta Quaresma na passada sexta-feira com uma atividade de preparação para a Páscoa.

A ‘Quaresma Jovem’, levada a cabo através das estruturas vicariais daquele setor, tinha como objetivo proporcionar uma reflexão de vida aos participantes.


Na vigararia de Faro, a iniciativa teve lugar em Olhão, com início na igreja matriz, com a participação de cerca de 300 jovens das paróquias dos concelhos de Faro, Olhão e São Brás de Alportel. O encontro consistiu numa noite de oração com base nas últimas sete palavras de Jesus na cruz.

O padre António de Freitas, que presidiu à celebração, começou por destacar que aquela noite de oração procurou dar resposta ao desejo dos próprios participantes, manifestado quando questionados sobre a principal necessidade com vista à preparação da Páscoa. “A resposta foi: precisamos de tempo para parar, de rezar, de silêncio”, contou.



“Que esta noite seja de encontro com Jesus”, desejou o sacerdote, no princípio da celebração que teve início com a entronização da cruz. Os jovens foram depois convidados a escrever uma oração pessoal para pedir a graça de serem capazes de “perdoar e pedir perdão” e a coragem de ultrapassar a incapacidade de amar. As preces foram depois simbolicamente queimadas diante da cruz.


Depois do convite a saírem da igreja, os participantes seguiram até ao Centro Paroquial, onde teve lugar a segunda parte da noite com a adoração eucarística. Ao longo da vigília, os jovens rezaram “por tantas pessoas abandonadas, esquecidas, desprezadas”, lembrando ser “o próprio Deus que grita o seu abandono”.

“Muitas vezes perguntamos: onde está Deus no sofrimento, na violência, na morte, no abandono de tantos? Mas hoje devemos perguntar: onde estou eu no sofrimento, na violência, na morte, na solidão, no abandono de tantas pessoas que conheço e que são presença de Deus? Deus pede-nos que sejamos a sua presença em tantas vidas nestas situações. E nós como respondemos a esse pedido?”, questionou-se.


E a interpelação dirigida aos jovens prosseguiu, tornando-se ainda mais incisiva com a pergunta que ficou como eco daquela noite: “onde está a minha coragem e radicalismo para oferecer a minha vida por algo que valha a pena?”.


No final da noite, foi-lhes entregue uma proposta com sete desafios concretos para porem em prática durante a Quaresma. “Dou a minha vida por o quê? Gasto a minha vida por que razão? Para que é que eu vivo?”, pediu-lhes ainda o padre António de Freitas que refletissem.

O sacerdote lançou igualmente o convite ao reencontro daqui a quatro semanas na Jornada Diocesana da Juventude, em Monchique, que disse ser já “preparação para Jornada Mundial da Juventude em Lisboa em 2022”. “Era tão bom que nos pudéssemos juntar ao nosso bispo e celebrar a alegria de sermos jovens cristãos”, concluiu.

A ‘Quaresma Jovem’ foi realizada também na mesma noite pelos jovens das paróquias que constituem as vigararias de Loulé e de Portimão. A do primeiro grupo teve lugar na Sé de Silves, com cerca de 250 participantes, e a do segundo decorreu em Alvor, com a presença de cerca de 100 participantes. Na vigararia de Tavira decorrerá neste mês de março, em data ainda a confirmar.