A “Exposição para a Difusão do Conhecimento – Núcleo Histórico da Imprensa de Gutenberg e do Pentateuco de Faro”, inaugurada em novembro de 2018 e que foi encerrada em 2020 por causa da pandemia, reabriu no passado dia 27 de agosto, no contexto da inauguração da exposição de arte sacra comemorativa do jubileu de D. Manuel Quintas, passando a integrar o espólio que pode ser admirado durante a visita ao Paço Episcopal de Faro.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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A entrada para a “Exposição para a Difusão do Conhecimento – Núcleo Histórico da Imprensa de Gutenberg e do Pentateuco de Faro”, patente no espaço da antiga capela do Paço Episcopal de Faro, passou então a ser feita pela porta principal daquele edifício no largo da Sé e a poder ser admirada no mesmo horário das visitas do imóvel que serve de residência aos bispos do Algarve: de segunda-feira a sábado, das 10h às 13h e das 14h às 18h.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Aquela exposição no espaço da antiga capela do Paço Episcopal de Faro, que para além da vertente histórica e cultural tem ainda associada a dimensão interreligiosa, está ligada à edição do “Pentateuco” (conjunto dos cinco primeiros livros da Bíblia: Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio), levada a cabo pelo judeu Samuel Gacon em 1487 e que marcou o início da imprensa em Portugal, justamente na cidade de Faro, em plena Vila Adentro.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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A exposição é promovida conjuntamente pela Diocese do Algarve, pela Fundação Portuguesa das Comunicações, pelo Círculo Teixeira Gomes – Associação pelo Algarve, pela DFK & Associados SROC, pela editora ‘Sul, Sol e Sal’ e pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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A mostra inclui a edição ‘fac-simile’ do “Pentateuco” produzido pela editora ‘Sul, Sol e Sal’ e uma réplica do prelo de Gutenberg, cedida pela Fundação Portuguesa das Comunicações, semelhante à que terá sido usada em Faro pelo impressor judeu.

Integra ainda patente um “scriptorium medieval”, propriedade da Câmara do Porto, mas cedido pela Santa Casa da Misericórdia de Coimbra e ali integrado através da Santa Casa da Misericórdia de Faro no âmbito das comemorações dos seus 500 anos. O cenário retrata as técnicas e os objetos usados pelos monges copistas para reprodução de textos antes da invenção da imprensa.

A exposição conta ainda com um telégrafo de Damasquino, de 1879, um dos primeiros serviços de telecomunicações e uma breve alusão à história da escrita desde a pedra coniforme até à atualidade, incluindo uma máquina de escrever Olivetti de 1930 com teclado HCesar, e dois dos primórdios dos computadores pessoais, nomeadamente um ZX Spectrum e um Macintosh, do final da década de 80 do século passado.