Na passada sexta-feira, 01 de dezembro, a região pastoral do barlavento da Diocese do Algarve promoveu no Centro Pastoral de Ferragudo um encontro dos Conselhos Pastorais Paroquiais, no qual participaram representantes das 27 paróquias que a constituem.
A informação enviada ao Folha do Domingo, refere que, na oração inicial, o vigário episcopal do barlavento, cónego Mário de Sousa, partindo de uma passagem do Evangelho segundo São Marcos (Mc 6,34-44), “iluminou a finalidade do dia, sublinhando que, tal como Jesus, é preciso ter coragem para sair da barca (símbolo da comunidade cristã) e olhar para a multidão que nas margens «é como ovelha que não tem pastor»”.
“É aos seus discípulos que o Senhor entrega a missão de distribuir o pão que Ele próprio dá e é. Mas não basta: Jesus mandou aos seus discípulos que organizassem a multidão (em grupos de cem e de cinquenta) para que tal fosse possível. É o mesmo, afirmou o cónego Mário Sousa, que o Senhor está a pedir neste momento à Igreja do Algarve: que, perante as novas realidades e necessidades, se reorganize, para que, nas margens, nada nem ninguém deixe de receber o pão do Evangelho e da Eucaristia”, acrescenta a informação.
Após a oração inicial, coube ao padre Nelson Rodrigues apresentar o projeto de reestruturação pastoral da Diocese do Algarve e a motivação para aquele encontro. “Partindo do contributo dos vários Papas pós-conciliares, recordou que a Igreja existe para evangelizar (Papa Paulo VI) e é chamada a uma «Nova Evangelização» (Papa João Paulo II) que passe por levar todo o Homem a uma relação pessoal com Cristo (Papa Bento XVI). Daí que se espera a tomada de consciência cada vez maior que é impossível ser discípulo, sem ser missionário («discípulos missionários»: Papa Francisco)”, refere a nota informativa.
No seguimento da sua apresentação, o sacerdote convidou os diversos conselheiros presentes a redescobrir a finalidade das paróquias. “Partido do mandato missionário de Mateus 28, relembrou que a finalidade primeira é a de fazer discípulos e que, nas palavras de Jesus, percebe-se que os sacramentos e o ensino das verdades da fé são meios (e não finalidades em si) para concretizar este objetivo, que deve privilegiar os afastados sem esquecer o cuidado com os de dentro”, explicita.
Ao concluir a sua intervenção, o sacerdote “convidou a construir as paróquias do exterior para o interior, eliminando a pretensão de se pensar que o fogo do Evangelho se propagará naturalmente em círculos concêntricos do centro para as periferias”. “É necessário sair e partir para as periferias. Acompanhar os paroquianos mais fervorosos para que sejam eles a ir ao encontro dos que estão mais afastados da Igreja e acompanhar estes últimos até ao momento em que eles próprios se tornam discípulos-missionários em saída”, rematou.
Os trabalhos seguintes foram conduzidos por Nuno Frasão, professor universitário, “com larga experiência nacional e internacional na fundação e avaliação de dezenas de organizações e fundações de impacto social”. Partindo das respostas a que os Conselhos Pastorais previamente deram, propôs uma reflexão em pequenos grupos sobre os principais problemas das comunidades paroquiais e sobre os caminhos de solução. Assim, partindo do projeto de reestruturação pastoral da diocese, pediu que o trabalho se focasse em três temas principais, deixando liberdade para outros que se quisessem abordar: “o projeto pastoral e a sua motivação”, “o envolvimento dos leigos na pastoral paroquial” e “a colaboração interparoquial”.
No final dos trabalhos, foi apresentada pelo padre Gonçalo Machado, uma síntese das várias respostas, que serão agora trabalhadas por Nuno Frasão e, posteriormente, enviadas para serem analisadas nas reuniões do clero daquela região pastoral e nos Conselhos Pastorais Paroquiais.
Recorde-se que a região pastoral do barlavento é a região piloto na concretização da “nova organização da pastoral paroquial em chave missionária”, anunciada em julho do ano passado, e as outras duas regiões – centro e sotavento – estão a implementá-la a um ritmo diferente.
“A proposta incide numa nova organização territorial/paroquial da Diocese, não pelo território em si mesmo, mas tendo presente a nova realidade das comunidades cristãs, as suas proximidades eclesiais, sociológicas e territoriais, a promoção de um dinamismo a partir dos leigos dessas comunidades e numa nova perspetiva do exercício do ministério ordenado, particularmente o presbiteral”, refere aquele projeto de reorganização da diocese.
Diocese do Algarve vai implementar uma “nova organização da pastoral paroquial”