A Igreja celebrou o Dia do Consagrado na passada sexta-feira, mas no Algarve a efeméride, instituída em 1997 pelo papa João Paulo II, foi assinalada no domingo em Paderne com a participação de 26 consagrados (sacerdotes, irmãos ou irmãs, pertencentes a uma congregação religiosa ou a um instituto religioso ou secular) que trabalham na diocese.
Promovida pelo Secretariado Regional do Algarve da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), o Dia Diocesano da Vida Consagrada, na qual muitos religiosos, padres, não conseguiram participar por serem párocos e terem de presidir às missas das suas paróquias, teve início com a celebração da eucaristia na igreja matriz, presidida pelo bispo do Algarve.
Na homilia da eucaristia, D. Manuel Quintas começou por explicar a diferença entre a consagração daqueles vocacionados e a dos restantes membros da Igreja. “Esta vocação à vida consagrada, a Igreja define-a como vida de especial consagração, para além da consagração batismal. Especial porquê? Porque se identifica como uma vocação daqueles que querem assumir na sua vida a forma de vida de Cristo”, explicou, acrescentando que a vida consagrada pode ser vivida de “diferentes formas”, segundo cada um dos institutos, dos seus fundadores, carismas, especificidades e espiritualidades.
“Cada instituto também tem uma missão própria, objetivos e finalidades próprias. Todos colaboram, cada um à sua maneira, todos participam, cada um a seu modo, na realização da mesma missão que Cristo confiou a Igreja”, complementou o prelado, também ele consagrado pertencente à congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (dehonianos).
O bispo diocesano destacou que os consagrados “procuram viver totalmente para Deus e para os outros, para que todos acolham a pessoa de Cristo na sua vida e se sintam verdadeiramente ancorados no amor com que Deus ama e se manifestou em Jesus”. D. Manuel Quintas disse que a vida consagrada se resume em “viver totalmente para os outros no serviço, na doação, na dedicação e na gratuidade da vida” e exortou à oração por aquela vocação. “Não podemos deixar de rezar para que surjam na Igreja diocesana vocações sacerdotais, mas também vocações consagradas”, afirmou.
A eucaristia, concelebrada pelo pároco de Paderne, o padre Pedro Manuel, ficou ainda marcada pela renovação dos votos de consagração de duas consagradas que irão celebrar este ano 50 e 25 anos de vida consagrada, respetivamente do Instituto Missionário Filhas de São Paulo (paulinas) e do Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria, e que apresentaram o seu breve testemunho vocacional.
A irmã paulina, Maria Nazaré Pereira, que celebrará meio século de vida consagrada a 30 de junho deste ano, salientou o “momento forte” da sua primeira profissão e a “fidelidade” de Deus para consigo.
A religiosa do Sagrado Coração de Maria, Cláudia Dinis e Silva, que vai celebrar 25 anos de consagração a 15 de agosto deste ano, considerou que os mesmos são “sobretudo de agradecimento à comunidade de Deus”.
Após a eucaristia, seguiu-se um encontro dos consagrados com as crianças e adolescentes da catequese paroquial, no qual explicaram a missão, o carisma e o fundador de cada instituto, para além das comunidades que têm em Portugal e no estrangeiro.
Depois daquele momento, os religiosos seguiram para o Centro Paroquial de Paderne onde contactaram com os idosos do lar.
Logo a seguir ao almoço, o bispo do Algarve fez uma apresentação das orientações publicadas o ano passado pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica sobre o tema “Vinho novo, odres novos”, na qual exortou consagrados a renovarem-se para a irem às “periferias”, e a jornada terminou com uma oração.