Barragem_odeloucaAs reservas de água existentes nas barragens do Algarve são suficientes para abastecer a região, mesmo que não chova durante dois anos, disse ontem à agência Lusa a administradora da Águas do Algarve (AdA), Isabel Soares.

“Temos água, seguramente, para o Algarve ficar descansado. Mesmo se não entrasse água nenhuma nos próximos dois anos, dois anos e meio, tínhamos água para fornecer o Algarve inteiro”, assegurou aquela responsável, sublinhando que desde 2005 que a região não tem anos de seca severa.

A entrada em funcionamento da maior barragem do Algarve, a de Odelouca, em Silves, que começou a fornecer água há um ano e meio, completou o sistema multimunicipal de abastecimento de água da empresa, evitando o recurso a furos subterrâneos e aliviando a agricultura.

Aquela barragem, com capacidade para mais de 100 milhões de metros cúbicos de água, é a única na região cuja água é usada exclusivamente para consumo público e que Isabel Soares garante ser de excelente qualidade, apelando ao consumo de água da torneira.

“As pessoas, muitas das vezes, pensam que as nossas águas são calcárias, mas isso é um engano. Não temos águas calcárias, isso era quando eram obtidas através de furos. Realmente, nessa altura, eram águas com um teor de calcário muito elevado”, reconheceu Isabel Soares.

Admitindo que a água pode não ter a mesma qualidade quando chega ao copo, devido, por exemplo, à degradação da canalização, Isabel Soares sublinhou que, no geral, não há grandes alterações e que a maioria das pessoas não nota a diferença no sabor entre a água da torneira e a engarrafada.

De acordo com dados fornecidos pela Águas do Algarve, a barragem de Odelouca está atualmente a 65% da sua capacidade máxima, enquanto a de Odeleite está a 73% e a do Beliche a 69%.

O nível de água da barragem de Odelouca não pode ultrapassar os 90% devido à proximidade de uma linha férrea, em São Marcos da Serra, que correria o risco de ficar submersa.

Aquela barragem começou a ser construída em 2001, mas a obra parou pouco depois, primeiro devido a uma queixa de organizações ambientalistas em Bruxelas contra o Estado e, mais tarde, devido a um contencioso entre este e a construtora.