© Nuno Veiga/Lusa
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O presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau (PSD), sugeriu ao Governo um resgate da obra da Variante Norte do concelho de Faro, caso não haja um acordo com o consórcio para terminar os trabalhos iniciados em 2009.

Ou as “negociações chegam a bom porto e a obra pode ser concluída a breve trecho ou então, não havendo da parte do consórcio uma decisão no sentido de recomeçar a obra, só há um outro caminho: é resgatar a obra e ser o próprio Estado a concluí-la”, declarou Rogério Bacalhau na sexta-feira.

O presidente da Câmara de Faro recordou ao secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Silva Monteiro, que presidiu na sexta-feira em Faro a uma sessão pública sobre o plano de infraestruturas consideradas prioritárias para o desenvolvimento económico e social do país, que “aquilo que está neste momento no terreno não serve aos farenses, não serve ao Algarve (…) e também não serve ao Governo”.

“O que nós encontramos hoje na obra não é aquilo que existia há cinco meses, não é aquilo que existia há um ano e portanto eu gostaria de perguntar ao secretário de Estado em que pé está essa negociação”, questionou o autarca farense.

Embora consciente que o caminho do resgate não é desejável, Rogério Bacalhau apelou a Sérgio Silva Monteiro para que tenha “coragem para, não havendo acordo para recomeçar a obra, resgatar a situação e ir por outro caminho”.

“O caminho do resgate (…) levaria a que a conclusão da obra pudesse levar alguns anos, mas se não se definir uma data para que o consórcio termine a obra então podemos levar os mesmos anos para concluir a obra”.

Relativamente a esta questão do autarca, o governante não se referiu em concreto à obra da variante, mas admitiu resgatar a obra de requalificação da EN125, cujo consórcio é o mesmo.

O PS de Faro lançou em janeiro uma petição pública em que exige a conclusão imediata das obras da Variante Norte, e, em comunicado recordou que os trabalhos estão parados há quase dois anos sem que o Governo avance com qualquer prazo.

A obra da Variante Norte arrancou em 2009 com um orçamento de 17 milhões de euros, mas foi suspensa em março de 2012, tal como a empreitada de requalificação da Estrada Nacional 125, por dificuldades financeiras do consórcio construtor.

A construção da segunda fase daquela variante permitiria retirar do centro de Faro uma média de 20 mil carros por dia, reduzindo filas de trânsito e engarrafamentos.