O Santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente conhecido como «Mãe Soberana», em Loulé, esteve em destaque no espaço do ‘Turismo Religioso’ da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).

O reitor do principal santuário algarvio também esteve nesta edição daquele certame para apresentar o culto à «Mãe Soberana» e esta manifestação religiosa “como o grande produto turístico” numa região que “não é somente para praia, sol, mar, mas também a uma região de cultura”.

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“Esta festa é também o avivar desta cultura, desta identidade de um povo que também é crente e que congrega tanta gente de várias partes do país, e mesmo de fora, e isso também é um grande contributo económico e de desenvolvimento sustentável, em primeiro lugar para as pessoas que participam, para o sentido transcendente, espiritual, também do grupo de família, de comunidades, e depois para a própria região”, desenvolveu o cónego Carlos de Aquino à Agência Ecclesia, sobre, “segundo todas as estatísticas, a festa religiosa mariana mais importante e mais significativa” a sul do Tejo.

O sacerdote algarvio lembra que esta festa acontece “num tempo extraordinário que é primavera, depois da Páscoa”, salientando que Loulé tem “vários espaços importantíssimos de identidade cultural e religiosa”, e é “um grande contributo” apresentarem esta “manifestação tão significativa”, na BTL 2024.

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Para além do reitor do Santuário da «Mãe Soberana», esta apresentação contou também com a presença do historiador João Chagas Aleixo, que fez o enquadramento das festividades, e da designer Andreia Pintassilgo, a autora da nova identidade gráfica do culto em torno da «Mãe Soberana» que foi apresentada em abril de 2023, pelo município algarvio de Loulé.

Um espaço dedicado ao ‘Turismo Religioso’ na Bolsa de Turismo de Lisboa, “é muito importante”, realça o cónego Carlos de Aquino, salientando que o património religioso é “uma marca inquestionável da identidade do povo português”, e se retirassem as igrejas, os conventos, todas as grandes procissões culturais religiosas “o país ficaria despojado da sua própria identidade”

“Temos a oportunidade de perceber que grande parte também de riqueza económica brota deste turismo religioso que cada vez aumenta mais até numa procura de gente do estrangeiro e que aprecia imenso o silêncio dos templos, os santuários construídos em espaços ambientais”, indicou.

“Penso que é muito significativo e importante estarmos presentes, todas as regiões, e sentir que a Igreja tem também um grande contributo a dar ao país”, acrescentou o reitor do Santuário de Nossa Senhora da Piedade.

Espaço dedicado ao ‘Turismo Religioso’ é novidade na Bolsa de Turismo de Lisboa

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A Pastoral do Turismo e o Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja Católica em Portugal estão na BTL, que decorre desde quarta-feira até dia 03 de março, num novo espaço dedicado ao ‘Turismo Religioso’.

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“É cada vez mais importante, não é a primeira vez, não é novidade, mas é cada vez mais importante a Pastoral do Turismo estar nestes eventos”, salientou o diretor da Pastoral do Turismo – Portugal (PTP), em declarações à Agência Ecclesia. O padre Miguel Neto, sacerdote da Diocese do Algarve, acrescentou que esta presença da PTP em eventos como a BTL “é essencial”, porque este organismo “é a presença da Conferência Episcopal neste setor” e se não participarem “o espaço fica livre ou é ocupado de maneira discutível”.

“É importante mostrarmos àqueles que são os agentes de turismo que conseguimos compreender este setor, que estamos aqui para ajudar, estamos aqui para preocupar-nos com os pequenos e médios empresários, estamos preocupados com a dimensão dos trabalhadores, com o facto de não haver trabalhadores qualificados”, desenvolveu.

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Segundo o diretor da PTP, querem acompanhar as compreensões, ter “uma palavra de ajuda nas dificuldades”, mas também “aprender” com as pessoas deste setor como é que podem “rentabilizar” o património da Igreja. “Colocar ao serviço do bem comum e de uma economia sustentável, respeitando também a sustentabilidade ambiental”, realçou ainda o padre Miguel Neto naquele evento onde está também presente Sandra Cortês-Moreira, outra algarvia da equipa da PTP que assinou ontem uma proposta de adesão à Plataforma Nacional de Turismo.

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Também Joana Santos Coelho, da mesma equipa, explicou à Agência Ecclesia que a PTP optou por participar no evento com um stand “precisamente para dar voz a uma série de pontos turísticos religiosos em Portugal que de outra forma não a teriam”.

Joana Santos Coelho adiantou que a PTP ajudou a que esta presença na BTL 2024 fosse possível de duas formas, através de informações de vários pontos religiosos, num stand no espaço ‘Turismo Religiosa’, e uma programação, que conta com a participação de várias entidades.

O Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja Católica (SNBCI) é o outro organismo da Igreja Católica em Portugal, da Conferência Episcopal (CEP), que está na presente na BTL. “Para haver turismo religioso tem que haver espaços e, maioritariamente, todos os espaços de culto são espaços que são bens culturais da Igreja. São os espaços que têm que estar abertos às comunidades, para poderem ser visitados e serem acedidos por aqueles que são os turistas”, disse a diretora do SNBCI, à Agência Ecclesia.

Fátima Eusébio lembra que o turismo religioso representa cerca de 10 a 15% do turismo nacional, e a Igreja Católica não pode “deixar que sejam só os outros a fruir destes espaços, a procurarem estes espaços”.

com Agência Ecclesia