O Secretariado Nacional da Liturgia (SNL), da Igreja Católica em Portugal, publicou o ‘Livro do Admonitor – Liturgia da Palavra – Ano B’, da autoria do cónego Mário de Sousa, biblista e sacerdote da Diocese do Algarve.

O SNL realça que a obra explica que “um texto, quando se lhe retira o contexto, corta-se-lhe também parte da compreensibilidade”.

“Por muito belo e significativo que seja um texto, quando se lhe retira o contexto, corta-se-lhe também parte da compreensibilidade, podendo inclusivamente induzir o leitor em erro, no sentido de o conduzir a conclusões que não estavam presentes na intenção do autor. Isto torna-se particularmente importante no que respeita aos textos bíblicos”, escreve o autor na introdução, enviada à Agência Ecclesia.

O cónego Mário de Sousa explica que escutar uma passagem da Escritura, “sem ter em conta o contexto e a finalidade que a motivaram, é, de alguma forma, empobrecer a sua intensidade significativa”, e o que “o Senhor, através dela, quer dizer ao seu povo”.

Segundo o autor, é, nesse sentido, que foi publicado o ‘Livro do Admonitor: Liturgia da Palavra – Ano B’, neste mês de setembro pelo SNL: “As admonições às leituras que nele se propõem surgem do desejo de ajudar a assembleia dominical a aproximar-se do texto com uma moldura significativa”.

O presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, dos bispos de Portugal (CEP), começa por contextualizar que na Liturgia da Igreja chama-se, “monição ou admonição”, às palavras que se dirigem, “não a Deus, mas à assembleia celebrante”, como explicação ou exortação.

“O serviço de monitor é um ministério litúrgico muito antigo, que o diácono assumia normalmente, atuando de intermediário entre o presidente e a comunidade. O monitor ou comentador não procede a partir do ambão, mas de outro lugar diferente, de uma estante ou de um microfone lateral”, explica D. José Cordeiro, acrescentando que o ambão “reserva-se para a proclamação da Palavra”.

O presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, arcebispo de Braga, destaca que a nova publicação é um “belo contributo bíblico e litúrgico” do padre Mário Sousa, que “presenteia” em monições simples, “fiéis ao texto, breves, preparadas com diligência e adaptadas de forma variada ao texto que devem introduzir”.

Recorde-se que, em novembro do ano passado, o SNL publicou o ‘Livro do Admonitor – Liturgia da Palavra – Ano A’, da autoria do mesmo sacerdote.

O cónego Mário de Sousa, natural de Vila Real de Santo António, é professor de Novo Testamento no Instituto Superior de Teologia de Évora, diretor do Centro de Estudos e Formação de Leigos do Algarve e presidente Associação Bíblica Portuguesa desde 2017. Em 2020 foi nomeado pela Conferência Episcopal Portuguesa coordenador da sua Comissão da Tradução da Bíblia.

A formação do cónego Mário de Sousa, atualmente pároco na igreja matriz de Portimão e deão do Cabido da Sé de Faro, foi feita no Instituto Superior de Teologia de Évora, passou pela Universidade Católica de Lisboa, tendo licenciatura em Teologia e em Ciências Bíblicas, no Pontifício Instituto Bíblico de Roma e o doutoramento, em Teologia Bíblica, na Universidade Gregoriana de Roma.

Entre outras publicações é autor de “Introdução ao Evangelho de S. João”, “«Para que também vós acrediteis». Estudo exegético-teológico de Jo 19,31-37” e “Os encontros de Jesus no Evangelho de São João”.

com Agência Ecclesia

Secretariado da Liturgia publicou «Livro do Admonitor», do cónego Mário de Sousa