Instituição estabeleceu protocolo de colaboração com a Universidade do Algarve

A Universidade do Algarve (UAlg) e o Seminário de São José da Diocese do Algarve assinaram na terça-feira, 27 de setembro, um protocolo de colaboração com vista à disponibilização de alojamento a estudantes que não consigam integrar as residências universitárias da academia e que se encontrem em situação de “manifesta insuficiência económico-financeira, nomeadamente, de países africanos em vias de desenvolvimento e/ou de territórios em situação de crise humanitária”.

Segundo comunicado enviado pela UAlg, o acordo foi assinado pelo reitor do Seminário de São José, o padre António de Freitas, e pela vice-reitora para a Internacionalização e Desenvolvimento Sustentável, Alexandra Teodósio, em substituição do reitor Paulo Águas.

Na prática, e como resposta à solicitação da UAlg, o Seminário da Diocese do Algarve disponibilizará no seu edifício, no Largo da Sé, em Faro, quartos individuais em número a definir anualmente pela instituição que não representarão qualquer encargo para os alunos. A admissão de estudantes nos espaços indicados fica a cargo dos Serviços de Ação Social da universidade. Os universitários poderão ainda usufruir gratuitamente das cantinas da UAlg para a sua alimentação.

O protocolo vigorará pelo prazo de um ano, renovando-se por iguais períodos se não for denunciado por escrito por qualquer das partes, e o período de alojamento corresponderá ao calendário letivo, com início previsto a 15 de setembro de cada ano e termo a 15 de julho do ano subsequente.

No acordo, a que o Folha do Domingo teve acesso, reconhece-se ser notória no concelho de Faro a “carência de residências universitárias e de alojamento privado que possam disponibilizar aos estudantes o suporte e bem-estar de que os mesmos tanto necessitam”.

É ainda referido que, “para prossecução da sua missão é atribuição da Universidade do Algarve, nomeadamente, o estabelecimento de parcerias com empresas e instituições, numa perspetiva de valorização recíproca, contribuindo para o desenvolvimento do País e, em particular, da região do Algarve”.

A UAlg manifesta ainda “a sua disponibilidade em, pelos meios adequados, apoiar os estudantes seminaristas da Diocese do Algarve através dos Serviços de Biblioteca, plataformas online bibliográficas e de outros recursos materiais que venham a ser identificados”.

Segundo Alexandra Teodósio, “esta cooperação assume especial relevância quando visa o apoio e a inclusão social de estudantes, já que a Universidade do Algarve tem na sua matriz a defesa de valores humanísticos e sociais procurando fomentar nos diversos segmentos da comunidade académica um espírito de exigência, de solidariedade e de cidadania ativa na defesa dos direitos humanos e da paz, e contribuir globalmente para o cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) das Nações Unidas, valores de solidariedade partilhados pela Igreja Católica e suas instituições”.

Também o reitor do Seminário de São José destaca a importância da parceria. “Este protocolo de cooperação, que se caraterizou desde a primeira hora, por uma procura comum em dar resposta a esta situação específica, tem uma grande importância para o nosso Seminário, já que este, desde a sua fundação, teve muitos momentos de abertura e atenção às necessidades formativas e educativas no Algarve, para além dos estudos eclesiásticos. Por isso mesmo, assumimos esta cooperação com a Universidade do Algarve como um serviço, através do qual se torna possível a oferta de uma oportunidade formativa ímpar na vida destes estudantes universitários. Por isso mesmo, foi com muita alegria e satisfação que recebemos este desafiante convite da Universidade, ao qual procurámos dar prontamente a melhor colaboração possível”, refere o padre António de Freitas.

Ao Folha do Domingo, o reitor do Seminário da Diocese do Algarve explicou ainda que este ano, “à partida, serão 10 estudantes africanos” recebidos na instituição, “com a possibilidade de virem dois de Cabo Delgado” (Moçambique). O padre António de Freitas esclareceu ainda que o Seminário não precisará de fazer quaisquer obras de adaptação para receber estes estudantes.