E concretamente vão dizendo que se Deus é bom para com todos como permite o mal, as calamidades, as tragédias, as guerras, a fome, as doenças, os refugiados, enfim, todas as desgraças que tornam este nosso mundo num verdadeiro vale de lágrimas.
E insistem na pergunta: onde está esse Deus que nos ama a todos?
Mas, por outro lado, nós sabemos que Deus está sempre connosco, sempre próximo, aliás, como diz Santo Agostinho está «no mais íntimo de mim mesmo».
Ele escuta-nos sempre tanto quando Lhe rezamos, como até também quando Lhe dirigimos os nossos protestos.
Mas não devemos esquecer nunca que Ele é Deus, não é um mago que, com a varinha mágica esteja sempre disponível para mudar a tristeza em alegria, a morte em vida, aquilo que nos desgosta, no prazer, não, Deus criador do mundo não interfere continuamente nas leis da natureza e respeita a liberdade das pessoas.
Muitos queriam que Deus interviesse espectacularmente, à nossa maneira, nos mais diversos fenómenos naturais e nas tragédias que aqui e além vão desabando sobre o mundo.
Diz a Sagrada Escritura que os pensamentos de Deus não são os nossos, que o agir de Deus não é como o nosso agir.
Aqui convém fazer uma pausa para recordarmos que nunca, nós homens, poderemos entender os mistérios de Deus, muito embora saibamos e acreditemos, graças ao dom da fé, que Ele é infinitamente bondoso, de uma ternura indizível e de misericórdia sem limites.
De facto, se percorrermos a Sagrada Escritura que deparamos nas mais diferentes épocas da história da salvação? Por um lado, a infidelidade do povo eleito e, pelo outro, a paciência infinita de um Deus misericordioso!…
E apesar de todas as desgraças, de todos os sofrimentos, de todas as deportações, Deus esteve sempre lá.
Aliás, como hoje, mesmo quando as tragédias, as calamidades e toda a espécie de males acontecem, o cristão autêntico não perde de vista o Senhor Deus e aceita sempre a Sua acção providencial na condução e governo dos homens e de toda a criação.