“A celebração desta tarde ajuda-nos a olhar para a cruz como «árvore» da vida, como fonte de esperança”, disse o bispo do Algarve nesta tarde de Sexta-feira Santa, em que a Igreja assinala a Paixão e Morte de Jesus perto da hora em que se acredita que Cristo terá morrido.

Foto © Guilherme Bacôco
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Na celebração da Paixão do Senhor a que presidiu na Sé de Faro, D. Manuel Quintas evidenciou que “a morte não tem a última palavra porque a última palavra é de ressurreição e de vida”. “Por isso, somos convidados a olhar para cruz nesta tarde já como «árvore» de vida. Uma «árvore» que nunca envelhecerá ou deixará de dar fruto: o fruto do Batismo, com a vida nova que lhe está associada; o fruto da Eucaristia, alimento de vida eterna; o fruto do Espírito que tudo renova e rejuvenesce, atualizando no tempo a ação redentora de Cristo; o fruto da Igreja nascida do coração trespassado de Cristo na cruz”, acrescentou.

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“Nesta tarde, deixemos que a cruz gloriosa de Cristo, «árvore» da vida que seremos convidados a adorar, ilumine e desfaça as trevas que obscurecem, porventura, o nosso coração e nos dê o sentido da vida plena”, pediu ainda, acrescentando: “Foi por causa de cada um de nós – foi por causa de mim, podemos dizer – que Jesus morreu na cruz”. “Não nos cansemos nunca de pedir perdão já que Deus nunca se cansa de nos perdoar. Foi por isso e para isso que Jesus se deixou crucificar”, apelou.

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Lembrando que a cruz, “como sofrimento que lhe está associado”, recorda a “intensidade do amor de Jesus”, o bispo diocesano deteve-se ainda na imagem do coração de Jesus. “O coração de Cristo aberto é a nossa maternidade. Foi onde nós nascemos e é também onde nós nos alimentamos, onde crescemos nesta vida nova que recebemos no dia do Batismo e que alimentamos com a Palavra, com a Eucaristia e também com a força do Espírito Santo”, referiu, acrescentando que “com os braços abertos na cruz, Jesus morre unindo num único abraço todo o mundo criado”.

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“No seu coração aberto há lugar para todos”, realçou, garantindo que “a morte de Jesus abrange todos e todo o universo”. “Por isso, rezamos por crentes e não crentes, para incluir neste abraço de Jesus crucificado todos os sofrimentos do mundo, toda a humanidade”, completou referindo-se à uma das dez preces da oração universal (vulgarmente conhecida como oração dos fiéis), que em cada Sexta-feira Santa ganha particular expressão.

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D. Manuel Quintas referiu-se ainda à entrega feita por Jesus no Calvário da sua mãe como mãe da humanidade. “Acolhamos Maria como nossa mãe gratos pelo dom que Jesus nos fez do alto da cruz. Aprendamos também com ela a estar de pé junto à cruz de quem sofre como presença libertadora do amor com que Cristo a todos amou”, exortou.

Na catedral de Faro, a celebração da Paixão do Senhor iniciou-se, como acontece em todo o mundo, em silêncio, com o bispo do Algarve — paramentado com a cor vermelha que a liturgia católica associa aos mártires — a prostrar-se diante do altar descoberto, e terminou também em silêncio.

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O dia de Sexta-feira Santa, em que imperam o silêncio, o jejum e a oração, é um dia alitúrgico por ser o único do ano em que não se celebra a Eucaristia.

A celebração prosseguiu então com as preces da oração universal que procuram abranger todas as necessidades e todas as realidades da humanidade. O presidente da celebração evocou todos os que sofrem “todo o tipo de violência”, rezando para que Deus lhes conceda o seu “abraço de compaixão, ternura e misericórdia, no tempo de purificação e reparação”.

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Reza-se pelos governantes de todas as nações, “para buscarem sempre a verdadeira paz e a liberdade de todos os povos”, e “para que se fortaleça em toda a terra a prosperidade das nações, a segurança da paz e a liberdade religiosa”, para que Deus “livre o mundo de todos os erros, afaste as doenças e a fome em toda a terra, abra as portas das prisões e liberte os oprimidos, proteja os que viajam e reconduza ao seu lar os imigrantes e desterrados, dê saúde aos enfermos e a salvação aos moribundos”.

Tendo também em conta “os que sofrem toda a espécie de tribulações”, os católicos rezam também pela Igreja, pelo papa, pelo bispo local e todos os restantes bispos, presbíteros, diáconos, pelos que exercem na Igreja algum ministério e por todo o povo de Deus, pelos catecúmenos, por todos os que creem em Cristo, pelo povo judeu, pelos que não creem em Cristo e pelos que não creem em Deus.

Seguiu-se a apresentação da cruz. A veneração foi-lhe prestada por uma fila imensa de fiéis. Depois realizou-se a comunhão da Eucaristia ontem consagrada.

com Guilherme Bacôco