Sublinhando que o valor divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para os últimos três meses de 2012 tem uma variação homóloga de 2,4 por cento e é, “por si só, muito elevado” e “bem acima da média nacional”, a União de Sindicatos do Algarve defende que a taxa de desemprego real “deverá ser muito superior” e situar-se “cinco a sete pontos percentuais acima da taxa oficial”.
“Acresce o facto de o 4.º trimestre não corresponder ao pior período de desemprego no Algarve, o qual corresponde normalmente ao 1.º trimestre. Ou seja, e no momento presente, os dados agora divulgados estarão já absolutamente ultrapassados por valores muito superiores de desemprego”, frisou ainda a estrutura sindical em comunicado.
A União de Sindicatos do Algarve apontou ainda que, “há um ano atrás, entre o 4.º trimestre de 2011 e o 1.º de 2012, a taxa oficial de desemprego cresceu dos 17,5% para os 20%”.
“Este volume brutal de desemprego, que atinge hoje mais de 60 mil trabalhadores algarvios, muitos deles sem direito ao subsídio de desemprego e muitos também sem meios de subsistência, é consequência direta da ação do Governo”, considera a estrutura afeta à Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN).
Para a União de Sindicatos do Algarve, o Governo tem “prosseguido uma política de desastre, introduzindo recessão na economia, provocando o encerramento de empresas e a liquidação de milhares de postos de trabalho, impondo sacrifícios permanentes e uma brutal austeridade”, de que é exemplo o “brutal aumento” decorrente do Orçamento do Estado para 2013.
O Governo tem ainda promovido, segundo a estrutura sindical, “a eliminação de direitos sociais e laborais” e está “a tentar destruir as funções sociais do Estado”.
“É hoje cada vez mais claro que as soluções para os graves problemas do país e da região implicam a urgente mudança de política e de Governo e que quanto mais tempo este Governo e esta política se mantiverem cada vez serão piores os problemas”, defendeu, apelando à participação da população algarvia em três manifestações marcadas para sábado no Algarve.
Os protestos realizam-se a partir das 15:30 em Faro, na rotunda do liceu, em Portimão, na Alameda, e em Vila Real de Santo António, na praça Marquês de Pombal.
Lusa