
Assim que vi aquela estrela,
o meu coração exaltou-se de amor.
Corri como nunca alguma vez o fizera—.
deambulei junto ao ribeiro, pelo prado onde repousavam os animais, e chamei todos os pastores.
No céu surgiu uma nuvem:
escura por fora, densa, mas no seu interior rasgou-se um raio de luz,
como se o próprio céu respirasse esperança.
Seguimos aquela estrela durante vários dias.
Ela guiava-nos sem palavras e anunciava uma promessa inabalável.
Não sentíamos sede nem fome,
porque o amor nos alimentava
e o que nascia era mais do que uma criança:
era a esperança feita carne.
Quando entrámos na gruta,
os nossos pés tocaram a terra santa
Ajoelhamo-nos com humilde espanto.
Vimos José e Maria, nossa mãe,
envolvida num silêncio cheio de luz.
E ali, sobre palhinhas pobres,
repousava uma nua criança.
Sentimo-nos pequeninos quase congelados pelo espanto, mas o seu olhar aqueceu tudo.
Naquele instante, o mundo mudou:
o amor tinha um rosto,
a paz tinha um nome,
e a esperança tinha nascido.
Compreendemos num segundo o verdadeiro amor de Maria.
Uma luz que brilha.
Compreendemos que no natal se vive a pureza e o amor de uma criança chamada Jesus.
Que essa luz continue a brilhar
em cada coração cansado,
em cada noite escura,
lembrando-nos que o amor nasce simples,
Jamais se apagará, é eterno.









