«Alegremo-nos pela sede que Deus depositou em nós! Ela dá uma vitalidade renovada a toda a nossa vida!»
O Bispo do Porto convocou a sua Diocese para um ano especial de dinamização pastoral, a que chamou “Missão 2010 – corresponsabilidade para a nova evangelização”. Em cada mês do ano é proposta uma temática, sendo Fevereiro o mês da alegria.
Em Fevereiro ocorre habitualmente o Carnaval, mas não é para essa efémera e enganadora alegria a que o Bispo do Porto quer chamar a atenção dos seus diocesanos, é antes para aquela alegria que permanece para sempre, que não é passageira e fugaz, que não desemboca no tédio e no vazio existencial, para aquela alegria que espontaneamente decorre do Evangelho e cuja fonte é Jesus Cristo.
Na busca das fontes da verdadeira alegria, D. Manuel Clemente, acompanhado por muitos jovens da Diocese Portucalense foi a Taizé no Verão passado e convidou a Comunidade a realizar no Porto, no fim-de-semana do Carnaval de 2010 uma “etapa de confiança na terra”, convite que foi acolhido pelo Irmão Alois, Prior de Taizé.
Assim, entre os dias 13 e 16 de Fevereiro terá lugar na cidade do Porto o Encontro Ibérico de Jovens, que contará com a participação de milhares de jovens de todas as Dioceses de Portugal e da Espanha e representações de vinte e cinco Países da Europa. O Algarve, uma das Dioceses portuguesas com grande ligação a Taizé, ao ponto de o seu actual Bispo também já ter peregrinado a Taizé no Verão de 2007, vai estar presente no Porto com uma delegação de cerca de duzentos participantes, que contará com a presença de D. Manuel Neto Quintas, que desse modo, mais uma vez, corresponde ao convite dos jovens algarvios para que os acompanhe.
Durante os quatro dias do Encontro do Porto, os jovens irão ficar hospedados nas casas das famílias da área metropolitana do Porto que se dispuseram a acolhê-los, participarão em encontros nas Paróquias, em Workshops e visitas de estudo e principalmente terão na oração da noite, o grande momento culminante de cada jornada, e através do canto e da oração redescobrirão as fontes da verdadeira alegria.
Nos encontros matinais nas Paróquias do Porto, os jovens reflectirão sobre a “Carta da China”, que o Irmão Alois escreveu durante a recente visita que fez àquele grande País. Na verdade, desde 1975, aquando da realização do Concílio dos Jovens em Taizé, iniciativa que está na origem das actuais “peregrinações de confiança através da terra”, que se tornou habitual o Prior de Taizé escrever cartas aos jovens. Esse hábito, felizmente, não se perdeu e mesmo após a morte de Frei Roger, o seu sucessor tem dado continuidade a essa prática epistolar, enviando cartas a partir dos diferentes locais que vai visitando ao longo do ano. Desta vez é a “Carta da China” divulgada no Encontro Europeu de Poznan, na Polónia, que teve lugar na “passagem de ano”.
Nessa carta, o Irmão Alois fala das contradições do coração humano, dizendo: «O coração humano transborda de uma abundância de desejos e de aspirações: gostamos de muitas coisas, por vezes até de coisas contraditórias. Mas também sabemos que não podemos nem fazer tudo nem ter tudo. Longe de nos levar a uma triste resignação, esta tomada de consciência pode libertar-nos e ajudar-nos a viver de forma menos pesada.
Sim, é importante fazermos uma escolha dos nossos desejos. Nem todos são maus, mas também nem todos são bons. Trata-se de aprender a discernir pacientemente quais os que devemos seguir prioritariamente e quais os que devemos deixar de lado. Decidir quais são as aspirações que queremos pôr em primeiro lugar, prestar atenção àquilo que se encontra no mais profundo de nós próprios, já é uma forma de nos pormos à escuta de Deus. Deus também nos fala através do nossos desejos. Cabe-nos a nós discernir a sua voz no meio de tantas vozes interiores», concluindo a carta da China justamente com um convite à alegria: «Deus convida-nos a transformar o mundo com uma grande ambição, mas também com uma profunda humildade. As pessoas mais velhas podem estimular as mais novas. As jovens gerações não são menos capazes do que as precedentes. Comecemos esta transformação em nós próprios: deixemos Cristo ressuscitado mudar o nosso coração, deixemos o Espírito Santo levar-nos longe, para avançarmos com coragem em direcção ao futuro.
Alegremo-nos pela sede que Deus depositou em nós! Ela dá uma vitalidade renovada a toda a nossa vida. «O que tem sede que se aproxime; e o que deseja beba gratuitamente da água da vida.»