Os trabalhadores da Docapesca efetuaram paralisações de duas horas para realizar plenários e discutir as medidas constantes do Orçamento do Estado para 2014, que, segundo o sindicato representa “cortes brutais” para os seus representados.
Os dirigentes sindicais dos funcionários da Docapesca iniciaram na quarta-feira, em Vila Real de Santo António, um périplo pelo país para se reunirem com os trabalhadores e, após quatro reuniões, depois das que foram também realizadas em Olhão, Quarteira e Portimão, disseram haver um grande “sentimento de revolta” pelas perdas de salário provocadas pelo Orçamento do Estado.
“Estão em causa, em primeiro lugar, as reduções salariais previstas, que vão retirar mais cinco, seis, sete e até oito por cento do vencimento aos trabalhadores”, disse à Lusa Frederico Pereira, dirigente nacional do Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagem, Transitários e Pescas, após participar no plenário realizado ontem em Portimão.
O dirigente apontou ainda a redução no subsídio de alimentação, que faz os trabalhadores perderem quase metade do valor que era recebido antes da aplicação do corte, como “mais uma medida que, entre outras, prejudica os trabalhadores”.
Frederico Pereira adiantou que os plenários em curso vão prolongar-se até dia 29 e, após a realização dessa última reunião, o sindicato pode avançar com novas medidas de luta, incluindo o recurso à greve.
“Os trabalhadores estão com um grande sentimento de revolta por mais estes cortes e estão a ponderar encetar novas formas de luta contra o Orçamento do Estado para 2014”, afirmou.
O dirigente sindical disse que os quatro plenários já realizados no Algarve, os de quarta-feira em Vila Real de Santo António e Olhão e os de ontem em Quarteira e Portimão, foram “bastante participados” e os “trabalhadores mostraram-se dispostos a continuar e a fazer a luta” contra “os cortes brutais propostos no Orçamento do Estado para 2014”.
Questionado sobre as operações nas instalações da Docapesca durante os plenários, Frederico Pereira respondeu que só em Vila Real de Santo António, onde a reunião se realizou entre as 05:00 e as 07:00, não houve descargas durante todo o dia de quarta-feira, com os barcos a terem de descarregar o peixe noutra lota da região.
Em Olhão, em Quarteira e em Portimão, durante as duas horas de paralisação, os trabalhadores pararam, mas a atividade tem foi “retomada logo após os plenários terminarem”, acrescentou Frederico Pereira.
com Lusa