O terceiro e último encontro de preparação para os jovens do Algarve que irão participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023 em Lisboa realizou-se no passado sábado, 1 de julho, no complexo paroquial da igreja de São Pedro do Mar, em Quarteira.

A iniciativa, promovida pelo Comité Organizador Diocesano (COD) para a JMJ e pelo Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve com o tema “Caminhar para os outros”, contou com cerca de 260 participantes dos cerca de 1.000 que irão à JMJ.
A oração deu o mote para o que se seguiria durante o dia. “Hoje vamos descobrir como que podemos dar vida à nossa fé, como é que através das obras de caridade, da nossa vida, podemos dar um sentido diferente aquilo que é o nosso caminhar”, desvendou o delegado diocesano para a JMJ e coordenador do COD. João Costa indicou aos presentes que iriam aprender “como é que podem dar a vida pelos outros”.


E, de facto, a primeira meia hora do encontro foi mesmo dedicada a uma forma de dar, literalmente, a vida pelos outros. Os jovens e os animadores foram sensibilizados para a importância de serem dadores de sangue através da intervenção de Joaquim Silva, da Federação das Associações de Dadores de Sangue, parceira da JMJ juntamente com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação.

Joaquim Silva, que veio acompanhado de mais quatro elementos, três deles pertencentes à Associação de Dadores de Sangue do Barlavento do Algarve, disse aos jovens que “todos os dias 1.100 pessoas residentes em Portugal têm de receber sangue” e que “todos os dias são salvas muitas vidas em Portugal porque existem os dadores”. Aquele responsável informou ainda que “a dádiva de sangue em Portugal está a ser de dadores com mais de 45/50 anos”, sendo que “só se pode dar sangue até aos 65 anos” e a partir dos 18 (ou aos 17 com consentimento de um tutor). “A JMJ é uma oportunidade única e nós vamos estar lá”, concluiu, acrescentando que também estarão presentes no evento de encerramento no Estádio Algarve da semana que antecede a JMJ.
Após esta sensibilização, os animadores separaram-se dos jovens. Os primeiros participaram numa catequese orientada pelo padre Samuel Camacho de preparação para o acontecimento de Lisboa. Com base na exortação apostólica ‘Evangelii Gaudium’ (A Alegria do Evangelho) do Papa Francisco, o sacerdote aludiu às caraterísticas que aqueles responsáveis pela formação dos jovens devem ter e à necessidade de se fazerem “discípulos missionários” e, neste âmbito, sobre a importância da “evangelização”, da “liderança e serviço”, de constituírem uma “comunidade sinodal”, de serem agentes do “discernimento vocacional”.




Os jovens realizaram num primeiro momento uma dinâmica em que foram usados quatro placares e linhas para indicação de alguns dados pessoais e num segundo momento escutaram testemunhos de participantes em anteriores edições da JMJ, em como essa experiência veio mudar as suas vidas e os levou a encontrar e a servir outros. Um desses testemunhos foi o de Patrícia Doro. Aquela jovem, que veio acompanhada de Daniel Frutuoso, ambos pertencentes ao Comité Organizador Local (COL) da JMJ, participou nas edições de Madrid, Cracóvia e Panamá. Patrícia testemunhou alguns dos encontros que teve no contexto daquelas iniciativas e que marcaram a sua vida.



“A jornada não vai terminar no dia 6 de agosto se vocês se tiverem encontrado com alguém e esse encontro tiver transformado a vossa forma de olhar para a Igreja ou a vossa forma de se relacional com Jesus”, alertou, acrescentando: “Pode haver alguém do outro lado do mundo que vai mudar a maneira de seguir Jesus por uma atitude que tenham, por um sorriso, uma palavra ou um gesto de simpatia. Vivam a jornada neste sentido porque isso faz com que ela não termine no dia 6, mas mude a vossa vida para sempre”.
Aquela responsável adiantou ainda que estão 55.000 portugueses inscritos no encontro. “Vamos ser 55.000 pessoas, pelo menos, no nosso país a dizer que acreditamos em Jesus e que vamos fazer a diferença nas nossas comunidades”, destacou.



Depois do almoço, os jovens foram convidados a escrever uma carta a dois grupos de pessoas que não poderão participar na JMJ, mas que tiveram contacto com ela através da passagem dos seus símbolos pelo Algarve, de 29 de outubro a 27 de novembro de 2021: os utentes de lares de idosos e os reclusos dos estabelecimentos prisionais algarvios. O simbólico e solidário trabalho de grupo, realizado por paróquias, teve como objetivo “agradecer a sua oração” e a informar que a retribuirão na semana da JMJ. As missivas serão entregues aos destinatários, juntamente com a revista editada em memória da peregrinação daqueles símbolos.







Os jovens foram ainda convidados a deixar em pequenos papéis escritas as suas intenções para as suas paróquias no âmbito da realização da JMJ, propósitos esses que foram depositados em “cápsulas do tempo”. “Vão ser abertas quando pensarmos relembrar o que viveram hoje e o que esperam da vossa Igreja, da vossa comunidade”, anunciou a coordenadora do COD Vânia dos Santos, que pediu também a cada participante para levar uma das pequenas telas que foram desafiados a realizar para o anterior encontro de preparação e apresentou o terço construído com as circunferências pedidas aos jovens com intenções para a JMJ e a cruz e o coração feitos pelos animadores. Aquela responsável adiantou aos jovens que ainda não se sabe onde ficará acolhido o contingente algarvio e que entre os inscritos “cerca de 90% nunca foi a uma JMJ”.



Num segundo momento da tarde, novamente separados, jovens e animadores foram elucidados sobre o que importa terem presente para a participação no encontro em Lisboa.



O terceiro momento da tarde foi mesmo o ponto alto do dia e consistiu na adoração ao Santíssimo Sacramento, presidida pelo pároco de Quarteira, padre José Joaquim Campôa, colocado num altar feito com os placares com os dados de cada participante.
Algarvios que vão participar na JMJ em Lisboa foram elucidados sobre aspetos práticos