A ultreia do Movimento dos Cursos de Cristandade (MCC), que se realizou no domingo à tarde na Diocese do Algarve, ficou marcada pelo desafio a serem os casais cursistas a convidarem os seus amigos para viverem a mesma experiência que eles viveram, não deixando essa responsabilidade para os párocos.


A proposta foi deixada pelo assistente espiritual no Algarve daquele MCC no encontro que teve lugar no Centro Paroquial da Luz de Lagos com a participação de cerca de 60 elementos de várias paróquias algarvias. O cónego Rui Barros Guerreiro explicou que, “na origem do MCC, eram os leigos que tomavam a iniciativa de se aproximar dos irmãos mais próximos ou afastados da comunidade para os fazer ainda mais amigos de Jesus”. “E isso é uma missão de que ninguém pode fugir”, sustentou, lamentando que nos últimos anos essa incumbência tenha ficado muito delegada nos sacerdotes.



Aquele responsável destacou ainda a relação entre os cursistas. “Apesar de sermos todos de lugares diferentes e de termos feito o curso em momentos diferentes, a intimidade, a partilha, o à vontade com que todos estamos uns com os outros significa que a experiência que se fez em São Lourenço do Palmeiral deixou-nos uma união superior àquilo que possamos pensar”, considerou.

O presidente do Secretariado Diocesano do MCC também desafiou os cursistas a pensarem o que é que podem “fazer diferente” ou “fazer melhor” para o ano para que, através dos Cursos de Cristandade, os seus amigos conheçam “melhor a Deus”. Miguel Sequeira anunciou que “uma das melhores notícias deste ano pastoral” ao nível do movimento é estar a nascer em Lagos um novo núcleo do movimento.








Durante a tarde, os participantes realizaram um trabalho por grupos em que refletiram sobre o significado de ser amigo e sobre o que é que têm feito para levar os seus amigos a serem também amigos de Jesus.





O encontro prosseguiu com a celebração da Eucaristia presidida pelo bispo do Algarve na igreja matriz. D. Manuel Quintas, com base no Evangelho daquele dia, realçou a importância do amor e do sentido da vida. “É o amor que dedicamos aos outros que mede a autenticidade do nosso amor a Deus”, referiu, acrescentando que “quem pensa encontrar a vida, vivendo egoisticamente, perde a vida” e “quem perde a vida pelos outros, esse encontra o sabor e o gosto pela vida”. “Abrirmo-nos aos outros, ser sinal de Deus no meio dos outros, ser homens e mulheres de Deus, ser instrumentos de Deus na nossa vida e na vida dos outros, é assim que saboreamos a vida”, advertiu.



No final da Eucaristia, concelebrada também pelo padre Tiago Veríssimo que também participou no encontro, os cursistas fizeram ainda uma oração diante do sacrário e depois conviveram num lanche partilhado.



O primeiro cursilho em Portugal realizou-se em 29 de novembro de 1960 e no Algarve ocorreu a 18 de março de 1964, sendo destinado a homens, ao qual se seguiu o primeiro cursilho de senhoras em abril do ano seguinte.
O MCC é um movimento eclesial, fundado por Eduardo Bonnin em Palma de Maiorca (Espanha) em 1949, que propõe uma vivência de vida segundo os fundamentos da fé. Depois da participação num curso ou cursilho (termo adaptado do original espanhol) de três dias e meio, onde é feito o primeiro apelo à fé, os participantes são convidados a continuarem a caminhar em grupo, nas comunidades, realizando encontros (ultreias) onde partilham as suas experiências de fé.