João Pereira, o primeiro membro do BE a ser eleito vereador no Algarve, diz estar a ser perseguido pelo PS, que o pretende "calar" por ter formalizado denúncias sobre alegadas irregularidades urbanísticas em Olhão.

Em declarações à Lusa, o vereador apontou alguns casos de suposta ilegalidade em termos de atribuição de alvarás e licenças de construção no concelho de Olhão, nomeadamente uma urbanização de 15 prédios.

Segundo João Pereira, que durante cerca de dez anos foi sócio de uma empresa de construção civil, a autarquia terá "fechado os olhos" à construção da urbanização Quinta da Nau, cuja licença terá alegadamente sido emitida já no fim das obras.

O agora vereador fez várias queixas às autoridades competentes, nomeadamente à Inspecção-Geral da Administração Local, mas afirma que as mesmas acabaram por ser arquivadas por nunca se ter conseguido provar a existência de ilegalidade.

Contudo, acredita que o facto de ter feito denúncias contra a Câmara de Olhão lhe valeu ser "perseguido" pelos socialistas e hostilizado dentro da autarquia, que agora integra.

O presidente da Câmara de Olhão, Francisco Leal, recusa todas as acusações e diz que o vereador do Bloco de Esquerda "cria fantasmas que não existem", o que, acrescenta, faz parte da sua "estratégia de vitimização".

"São tudo fantasias criadas pela fértil imaginação do senhor João Pereira", resumiu Francisco Leal em declarações à Lusa, acrescentando só o ter conhecido pessoalmente desde que assumiu o cargo de vereador.

"Estamos aqui para construir e não para destruir", sublinha, acrescentando que a autarquia, governada por si há 16 anos, "trabalha para o desenvolvimento da cidade e não para o seu entorpecimento".

Francisco Leal ocupa o cargo de presidente da Câmara de Olhão há 16 anos e diz nunca ter sido durante esse período acusado de falta de democracia nem alvo de conflitos envolvendo vereadores de partidos da oposição.