O “sprinter” germânico, nascido em Rostock há 27 anos e bicampeão do australiano Tour Down Under, foi o homem mais forte do pelotão, ultrapassando o esgotado aventureiro suíço David Vitoria (Footon), já nos 200 metros finais de uma acentuada subida até à meta, longas 6:06.39 horas depois da partida.
“Desta vez não houve escapadelas no último quilómetro, como ontem (quarta feira), e os meus colegas insistiram e empurraram-me para o sprint. Estou muito feliz com mais um triunfo, mas vai ser difícil manter a camisola amarela”, disse Greipel.
As condições meteorológicas atrasaram o pelotão em quase duas horas face ao previsto e os corredores chegaram a pedir um encurtamento do percurso, havendo até versões, como a do espanhol Alberto Contador (Astana), contraditórias à da organização sobre o total de quilómetros previstos e percorridos.
“Penso que seria melhor (encurtar etapa) até porque passámos duas vezes no mesmo sítio”, continuou Greipel, enquanto Vitoria, na cabeça da corrida desde o início, disse que “o estado do tempo está sempre presente no ciclismo, mesmo chegando “completamente vazio”.
Vitoria foi o último resistente de uma fuga iniciada ao quilómetro 19, juntamente com o britânico Jeremy Hunt (Cervelo), o francês Julien Fouchard (Cofidis), o belga Michal Golas (Vacansoleil) e o líder da classificação da montanha, o gaulês Jerome Baugnies (Topsport), interessado em manter a camisola azul.
Tiago Machado (RadioShack) foi o melhor português do dia de temporal, terminando na 11.ª posição, a seis segundos do vencedor, enquanto Rui Costa (Caísse d’Epargne) chegou no 25.º lugar e assumiu o estatuto de melhor luso na geral, no 11.º posto, a 20 segundos do topo.
“Foi um dia muito duro, mas o importante era chegar”, resumiu o corredor português, enquanto o bicampeão do “Tour”, Contador, classificou a jornada como o típico dia que faz do ciclismo uma modalidade “épica”, elogiando a sua equipa por “assumir as responsabilidades durante a corrida”.
Na classificação geral, Greipel dispõe de uma vantagem de cinco segundos sobre o anterior líder, o francês Benoit Vaugrenard (Française des Jeux), e o terceiro posicionado é o belga Jurgen Roelandts (Ómega), oito segundos atrás.
O espanhol e campeão olímpico Samuel Sanchez está no quinto posto, a 14 segundos, enquanto os mais cotados favoritos, como Contador, o norte-americano Levi Leipheimer ou alemão Andreas Kloeden, ambos da RadioShack, seguem 20 segundos atrasados.
Depois de um dia que originou 13 abandonos, a terceira etapa da 36.ª “Algarvia” disputa-se sexta feira, entre Castro Marim e o Alto do Malhão (Loulé), num total de 173,7 quilómetros, com a meta a coincidir com a contagem para o prémio da montanha de segunda categoria e a selecionar os mais fortes candidatos à vitória final.
Lusa
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