A primeira fotografia que Barra e a sua mulher, Dolores Carrascal, companheira e também seguidora de ciclismo, mostraram do seu álbum pessoal com ciclistas foi tirada em Madrid, com Luís Ocaña, e termina em 2007, com Oscar Pereiro.
Pelo meio, podiam ver-se nomes importantes do ciclismo como o do compatriota Pedro Delgado, vencedor da Volta à França (1988), o também espanhol Miguel Indurain, vencedor de cinco Tours consecutivos (1991 a 1995), e dois dos seus rivais, os suíços Tony Rominger, que ganhou três Voltas à Espanha (1992, 1993 e 1994) e foi uma vez segundo na "Grand Boucle" (1991) ou Alex Zulle, que também foi segundo classificado no Tour (1995 e 1999) e vencedor da Volta à Espanha (1996 e 1997).
Mas o objetivo de hoje era mesmo incluir o vencedor da última edição do Tour no seu álbum e, para isso, António Barra saiu da sua terra natal, Huelva, em Espanha, para estar na partida da terceira etapa da 36ª edição da Volta ao Algarve em bicicleta, que ligará Castro Marim ao Alto do Malhão, na distância de 173,7 quilómetros.
"Saímos de Huelva às 08:00 (07:00 em Portugal), de propósito, para virmos ver o Contador", explicou à Agência Lusa este colecionador de fotografias e seguidor do ciclismo, que soma fotos com campeões há quase 35 anos e é sempre acompanhado pela mulher.
Dolores Carrascal também mostra orgulho no álbum do marido e garante: "Vamos a todo o lado. Em Espanha, em França e em Portugal também".
"São muitos anos de trabalho atrás deles, mas ainda falta a de Contador", acrescentou o marido, poucos minutos antes de o vencedor do Tour e da última edição da Volta ao Algarve deixar o camião da sua equipa, a Astana, e ser abordado por várias pessoas para posar para a fotografia, entre elas António Barra, que a partir de hoje terá o madrileno no seu conjunto de campeões.
Alberto Contador é o centro de todas as atenções antes das partidas da Volta ao Algarve, com o autocarro da Astana sempre rodeado de curiosos e "caça fotografias", mas preserva-se de falar com jornalistas, ao contrário do que aconteceu com o compatriota Santiago Pérez, do Centro de Ciclismo de Loulé, que falou tranquilamente com a Lusa junto à autocaravana estacionada mesmo ao lado.
Questionado se a concentração para a prova é mais fácil do que a do vencedor do Tour de 2009, Pérez disse que "é diferente", pois permite ter "mais tranquilidade".
"Numa equipa mais pequena estamos mais tranquilos e podemos estar com os amigos", explicou o ciclista espanhol, que na etapa de hoje quer "andar na roda de Contador, do alemão Andreas Kloeden, da Radiochack, e Samuel Sanchez, da Euskaltel-Euskadi e campeão olímpico de estrada em Pequim2008, os homens a seguir para poder estar nos primeiros lugares".
Santiago Pérez sublinhou que "quando se tem fama as pessoas acotovelam-se para ver e têm muita gente à sua volta", mas acrescentou que "se na Volta ao Algarve há 500 pessoas, nas Voltas a França e à Espanha são milhares e eles apreendem a preservar-se".
O ciclista da equipa algarvia e Contador seguiram depois para a partida em Castro Marim, onde iniciaram o percurso que hoje terminará na contagem de montanha de segunda categoria do Alto do Malhão, em plena serra do Caldeirão".
Lusa