O campeão germânico da especialidade gastou 20.53 minutos (média de 49,417 km/h) nos 17,2 quilómetros entre Lagoa e Portimão e só o belga Lieuwe Westra (Vacansoleil), a cinco segundos, conseguiu “rolar” perto do nível daquele que será o grande rival do suíço Fabian Cancellara (SaxoBank) nas lutas contra o tempo, durante a temporada.

Apesar de ter colocado quatro corredores no “top-10” desta quinta e última etapa, a equipa mais portuguesa do pelotão internacional, a norte-americana RadioShack, também viu a rival HTC vencer a classificação coletiva e só o melhor luso, Tiago Machado, com o terceiro melhor registo do dia e sexto posto da geral individual final, “produziu”.

“Ainda estamos em fevereiro e já ganhei um contrarrelógio. É ótimo, espetacular e uma excelente motivação para toda a época que ainda está para vir”, resumiu Martin, de 25 anos, medalha de bronze no “crono” dos Mundiais de Mendrisio2009 e vencedor do mesmo exercício nas últimas Volta à Suíça e à Califórnia.

Westra, de 28 anos, ainda manteve a expetativa, mas teve de se contentar com o segundo lugar, contando que “o segredo foi pedalar sem pensar em nada, a todo o gás”.

“Mais um ‘crono’ entre os dez primeiros. Foi bom. Só foi pena os 15 segundos que tinha perdido [noutras etapas], com os ‘cortes’, porque podia ter uma classificação geral melhor. Mas agarro-me muito aos travões e falhei duas curvas, onde podia ter arriscado mais”, lamentou Machado, 26 segundos mais lento que Martin.

O corredor famalicense, terceiro da geral há um ano, espera um dia retribuir “ao povo do Algarve” com o triunfo, porque este o trata “sempre muito bem, desde que era júnior”, assumindo estar “no bom caminho” com vista ao pico de forma, apontado ao “Giro”.

“Estou muito contente porque foi a primeira corrida depois de tudo aquilo que aconteceu e o rendimento foi bom, apesar de tudo. Agora, é recuperar e limpar a cabeça para recuperar o melhor nível”, disse Contador.

O triplo vencedor do “Tour” referia-se ao tempo de suspensão preventiva por suposto doping, processo em que acabou por ser absolvido na véspera do início da “Algarvia”.

O corredor madrileno foi 15.º na etapa e “caiu” da segunda para a quarta posição da geral, após ceder 45 segundos para Martin, que no pódio final esteve acompanhado pelo colega de equipa norte-americano na HTC Tejay Van Garderen (segundo), graças à sexta melhor prestação do dia.

“El Pistolero” referiu que “não tinha nada a perder neste contrarrelógio” e que o mesmo “foi diferente dos outros anos, sem a pressão de ter de ganhar”, reconhecendo que “Martin que está a andar muito” e é “um especialista fortíssimo”.

As equipas lusas e os seus parcos orçamentos mostraram-se através da “montanha”, conquistada por Ricardo Mestre (Tavira-Prio), e das metas volantes, classificação ganha por César Fonte (Barbot-Efapel).

Lusa