Vencedor da “Algarvia” em 2011 e segundo em 2012, atrás do australiano Richie Porte (Sky), Martin expressou-se no contrarrelógio como ainda não tinha conseguido expressar-se em palavras – um lacónico “sim” na véspera tinha confirmado a sua intenção de ganhar a geral individual – para escalar 10 lugares e subir ao pódio com a amarela final.
“É a quarta vez que cá estou. Gosto muito da corrida”, confessou o medalha de prata do contrarrelógio de Londres2012, de sorriso rasgado.
O alemão de 27 anos, com a camisola de campeão mundial vestida, assumiu que a vitória na prova portuguesa lhe dará confiança para o resto da temporada.
Quanto a uma eventual “tri” na Volta ao Algarve, o ciclista da Omega Pharma-Quickstep não jogou pelo seguro: “Fiz primeiro, segundo, primeiro, talvez consiga continuar no próximo ano”.
Num contrarrelógio impróprio para não especialistas e para ciclistas sem grande técnica – 34,8 quilómetros de puro desgaste, solo irregular e áspero, curvas apertadas, inclinações acentuadas, um permanente sobe e desce, com exceção aos últimos metros já dentro de Tavira –, só podiam destacar-se os melhores dos melhores e, entre esses, ficou bem claro que o número um é Tony Martin.
O bicampeão mundial, que há um ano em Portimão ficou “entalado” entre dois homens da Sky (Bradley Wiggins e Richie Porte, o vencedor da última edição), aproveitou a ausência do homem que em Londres2012 lhe roubou o ouro olímpico para ser primeiro e, pelo caminho, arrasar a concorrência.
Quando passou no ponto intermédio, o ciclista da Omega Pharma-Quickstep deu 40 segundos ao primeiro nessa altura, o neozelandês Jesse Sergent (RadioShack), e quando passou na meta deixou poucas dúvidas quanto à improbabilidade de alguém superar o seu tempo (45.09 minutos) e média “canhão” (46,246 km/h).
Dúvidas houvesse foram desfeitas quando o polaco Michal Kwiatkowski, segundo a 01.07 minutos, e o holandês Lieuwe Westra, terceiro a 01.15 minutos, cortaram a meta para substituírem os portugueses nos lugares mais baixos do pódio.
Tal como em 2012, Rui Costa e Tiago Machado, que empataram em tempo na quarta etapa, voltaram a ser superados pelos estrangeiros e tal como na edição anterior o ciclista da Movistar (quinto) deixou o da RadioShack (sexto) sem o título de melhor português.
Nenhum dos dois ganhou qualquer classificação, ao contrário de Hugo Sabido que, na luta contra “a fina flor do ciclismo mundial”, conquistou a geral das metas volantes.
Lusa