Foi um dia perfeito para a Sky: no final do “crono” de 25,8 quilómetros entre Lagoa e Portimão, os britânicos, orientados pelo antigo ciclista Bobby Julich, conquistaram não só a vitória da etapa, por Bradley Wiggins, mas três classificações – a geral, a por equipas e a por pontos – numa edição da “Algarvia” que ficará para sempre associada às cores preto e azul e ao australiano Richie Porte, que enfrentou o nervosismo inicial para garantir que ninguém lhe roubava a amarela.
Com a liderança segura por meros 12 segundos, “o Diabo da Tasmânia” saiu para a estrada com a vantagem de ter os tempos de referência dos seus principais opositores, os portugueses Rui Costa (Movistar) e Tiago Machado (RadioShack).
Cedo se percebeu que o duo luso nada podia fazer perante o poderio da Sky e de Porte, mas a incerteza para saber se caiam ou não do pódio manteve-se até ao final, com o suspense a ser agravado pela falta de um cronómetro na meta que lançou o caos entre os ciclistas, impossibilitando-os de conhecer o seu tempo e, consequentemente, o seu lugar na geral.
Mas Costa e Machado acabariam mesmo por ceder (o primeiro terminou em quinto, o segundo em sexto) à maior qualidade dos “tubarões” do crono.
O britânico Bradley Wiggins e o alemão Tony Martin (Omega Pharma-Quickstep) protagonizaram a luta pelo triunfo em Portimão, terminando com o mesmo tempo. Foi preciso recorrer às centésimas para decidir o vencedor, decisão que recaiu sobre o homem da Sky, que deu à formação britânica a terceira etapa em cinco possíveis.
Derrotado na estrada, o vencedor da Volta ao Algarve 2011 vingou-se de Wiggins, roubando-lhe o segundo lugar no pódio, um resultado que o deixa, ainda assim, “feliz”.
Depois da cerimónia protocolar, que viu também Edvald Boasson Hagen ser consagrado como dono da geral por pontos e a Sky como melhor coletivo (a montanha e as metas volantes foram para Sérgio Sousa e Raul Alarcon, ambos da Efapel-Glassdrive), Porte, de 27 anos, concluiu o óbvio: “Fomos a formação mais forte”.
Para o australiano, nascido na Tasmânia, agora é tempo de festejar e de agradecer a confiança de Julich e companhia, porque “nem sempre se consegue ganhar logo que se chega a uma equipa nova”.
Lusa