A crise obrigou duas das principais equipas da temporada transata a juntarem forças, uma fusão que reduziu consideravelmente o número de portugueses na soma de ambas, com o lote a restringir-se a Nélson Oliveira e Tiago Machado, o único dos portugueses da RadioShack presente na Volta ao Algarve2012.

"Sinto-me orgulhoso de ter sido um dos selecionados, é sinal de que a equipa confia em mim. Estou muito contente por ter ficado, é uma estrutura de que gostei e na qual posso evoluir ainda mais", disse à Agência Lusa o corredor de Famalicão.

A aventura internacional de "Pica" começou há dois anos e conta já com escalas na Volta a Itália e na Volta a Espanha, ambas em 2011, uma dupla experiência que não se repetirá este ano: "Há a possibilidade de fazer a Volta a Espanha, mas só sei o meu calendário a 100 por cento até à Volta à Califórnia, a segunda prova mais importante da equipa".

Com o Giro posto de parte por constrangimentos de calendário – "o Tour da Califórnia é importante e vamos levar uma equipa forte para ajudar o Chris Horner a repetir a vitória" -, Machado vai apontando noutras direções na nova fase da sua carreira internacional.

Um dos objetivos de temporada, o Tour Down Under, já ficou para trás e com ele um honroso terceiro lugar no pódio final, "o que é sempre bom", na opinião do ciclista de 26 anos. Agora, e considerando que está a pensar a curto prazo, o expressivo corredor quer tentar o assalto à 38.ª edição da Volta ao Algarve, que decorre até domingo. E depois? "Depois logo se vê".

Nesta nova RadioShack, Machado convive com os companheiros do costume, mas com outras estrelas maiores do pelotão que chegaram da Leopard Trek, caso dos irmãos luxemburgueses Andy e Frank Schleck e do suíço Fabian Cancellara.

Os nomes não o assustam, até porque quando começou no pelotão internacional fazia parte da equipa do "senhor Lance", mais conhecido por ser o heptacampeão do Tour, Lance Armstrong, mas motivam-no.

"São pessoas sociáveis, sem mania das grandezas. É um prazer trabalhar para ciclistas deste gabarito que nos tentam ajudar, como foi o caso no Trofeo Deià em que corri com eles e eles me apoiaram, tal como ao Jakob Fuglsang. Pena não termos ganho. Fizemos quarto e quinto, era melhor termos feito primeiro e segundo", contou.

Especialista em contrarrelógio, Machado "infelizmente" ainda não teve oportunidade de aprender com Fabian Cancellara, o "rei" da especialidade na última década, mas espera poder fazê-lo em breve.

"Mas as vezes é mais fácil aprender com alguém que não é especialista, porque se vai aprendendo a defender, do que com os especialistas, porque para eles é uma facilidade tremenda", brincou o sexto classificado da "Algarvia" em 2011.

Lusa