O cónego Carlos César Chantre, nomeado pároco da paróquia de São Pedro de Faro pelo bispo do Algarve no passado dia 19 de julho, assumiu no último sábado o serviço pastoral naquela comunidade em missa presidida por D. Manuel Quintas na igreja matriz de Faro.
Na eucaristia de tomada de posse, o prelado começou por explicar a substituição do pároco cessante, o padre Luís Gonzaga Nunes, ausente da celebração “por compromissos familiares”. “A sua situação, ao longo deste ano, aconselhou e ele foi o primeiro a pedir-me para deixar de estar à frente desta paróquia e até me propôs mesmo o nome do senhor cónego César para o substituir”, relatou o prelado.
D. Manuel Quintas manifestou uma “atitude de gratidão” pelo seu serviço a àquela paróquia ao longo do último ano e pelo “serviço tão dedicado, generoso e voluntarioso” que carateriza o ministério do padre Luís Gonzaga na diocese algarvia. “Vai continuar aqui bem perto de vós, no Seminário e certamente que continuará – e isso está já também previsto – a enriquecer estas comunidades de Faro com o seu saber, testemunho e dedicação”, adiantou.
O bispo do Algarve destacou o facto de o cónego César Chantre ser já conhecido daquela comunidade. “A cidade de Faro já o conhece. Aliás, foi por aqui que ele começou o seu ministério sacerdotal há muitos anos. Certamente que muitos de vós recordais os seus primeiros anos de sacerdócio aqui na cidade de Faro, seja no Seminário, seja no Liceu, um ministério que nunca deixou de ser exercido aqui de tantas maneiras e de tantos modos, seja na Pastoral Universitária, seja na GNR, seja no Colégio de Nossa Senhora do Alto”, frisou D. Manuel Quintas, deixando ao novo pároco uma “palavra de estímulo e de apoio” e exortando os presentes a que o acompanhem em “atitude de fé”.
Lembrando que a expressão tomada de posse é “apenas um termo jurídico”, o bispo do Algarve deixou claro que bispos e padres não tomam posse de nada. “Somos antes possuídos pelas comunidades e chamados a servir. Por isso, mais propriamente, devíamos chamar início do ministério sacerdotal ao serviço desta paróquia”, sustentou, frisando que “na Igreja, presidir significa servir, ajudar a comunidade a crescer em tantas dimensões”. “Aquele que preside é aquele que tem de servir mais e melhor a comunidade”, complementou.
D. Manuel Quintas lembrou que, “embora o pároco tenha a missão de ser o «motor» da comunidade, nas suas diversas dimensões, também não está sozinho porque tem uma multidão de leigos que o apoiam, colaboram com ele na construção da própria comunidade, de maneira corresponsável, nos diferentes serviços”. “Daí que a missão do padre numa comunidade é a de ajudar a crescer na comunhão, a partir dos dons, carismas de cada um e dos serviços que ele propõe em favor da mesma comunidade”, clarificou, manifestando a sua gratidão ao cónego César Chantre pela sua “disponibilidade”, não apenas para aceitar este serviço, mas para tantos outros que desempenha na Igreja algarvia. “Felizmente as qualidades e os dons que Deus lhe concedeu ajudam a nossa Igreja diocesana a crescer nesta comunhão e em fidelidade àquela que é a sua missão essencial de anunciar e testemunhar o evangelho em todos os âmbitos da sociedade”, sustentou.
O prelado sublinhou que ao pároco cabe “ensinar e santificar pela celebração dos sacramentos” e, dirigindo-se ao novo prior, pediu-lhe que “ajude a sua comunidade a ser atenta aos mais necessitados, aos mais desprotegidos, aos pobres”.
Aos paroquianos também deixou um apelo. “Vamos deixar-nos despertar por aquilo que constitui o seu ministério que será tanto mais eficaz e fecundo com o vosso apoio, serviço e empenho responsável”, exortou.
Após a homilia, que tinha sido precedida pela leitura da provisão da nomeação do novo pároco, da sua profissão de fé e juramento de fidelidade a Cristo e à Igreja, da entrega simbólica da chave do sacrário e da assinatura do auto da tomada de posse, seguiu-se a renovação das promessas sacerdotais do novo prior.
A parte mais simbólica da eucaristia teve continuidade com a visita aos lugares mais significativos da igreja para o exercício do ministério do novo pároco: o sacrário, a pia batismal, o confessionário e a cadeira presidencial, onde foi convidado a sentar-se.
O cónego César Chantre, de 61 anos, manifestou a disponibilidade para continuar a missão no exercício do seu ministério e pediu o apoio dos novos paroquianos. “Estou ao serviço da Igreja. Mesmo que às vezes, humanamente, eu queira outra coisa, quero que saiba, senhor D. Manuel Quintas, que o meu amor é à Igreja e o senhor é o elo de ligação com todas as outras Igrejas irmãs do mundo. Aos filhos de São Pedro, um abraço muito grande e espero que me ajudem nesta missão que o bispo entendeu por bem confiar-me”, disse.