O delegado da Diocese do Algarve aos congressos eucarísticos (nacionais e internacionais) apelou esta noite a que os algarvios procurem fazer do V Congresso Eucarístico Nacional, que decorre de 31 de maio a 02 de junho em Braga, motivo para valorizarem ainda mais o sacramento da Eucaristia como “oportunidade de encontro com o Senhor”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Quando nos encontramos com quem amamos o nosso coração só pode estar feliz”, evidenciou o padre Pedro Manuel na intervenção que teve em Faro, na igreja matriz de São Pedro, no encerramento do tríduo preparatório para a celebração naquela cidade da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, vulgarmente conhecida por Corpo de Deus.

O sacerdote começou por lembrar que “os congressos estão previstos no Catecismo da Igreja Católica como verdadeiras oportunidades de catequese sobre a Eucaristia”. “A Eucaristia é o centro da vida da Igreja porque ela faz a Igreja e a Igreja acontece diariamente também porque se renova e atualiza a partir do mistério da presença real do Senhor”, desenvolveu.

“Jesus na Eucaristia é o centro, mas, às vezes, podemos correr o risco de que esse centro não exista porque nós ainda temos a Eucaristia todos os dias. Numa cidade como a de Faro, entre sábado e domingo, ainda temos 10 ou 12 possibilidades de Missa. Quando, entre sábado e domingo, tivermos uma possibilidade de Missa, então aí perceberemos – espero e desejo que percebamos antes – a necessidade profunda de termos Jesus no centro”, alertou.

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O padre Pedro Manuel considerou assim que a “beleza” e a “importância de um congresso eucarístico na vida de um país” é ser meio para apurar a “consciência de que o Senhor realmente está presente no meio” de todos. “A possibilidade de rezarmos e reunirmos em congresso a Igreja de um país, motivada pela Eucaristia, é uma possibilidade grande de também nós nos redescobrirmos, por exemplo, para vivermos e celebrarmos melhor a Eucaristia, para começarmos a celebrar a nossa Eucaristia antes do sacerdote entrar, para que possamos todos continuar a celebrá-la depois, quando saímos da Eucaristia, na vida porque a dimensão da fraternidade de que vai falar o congresso eucarístico é uma dimensão muito social, de quem passa da Eucaristia para a vida”, prosseguiu.

“Qual é a minha relação com o sacrário da minha igreja? Qual é a minha relação com o sacrário da igreja de perto da minha casa? Em que medida é que faço da presença real do Senhor verdadeiro acontecimento de encontro? Em que medida é que a minha vida é de tal modo apaixonada pelo sacrário que se nota uma incidência tão grande naquilo que digo e faço que quem se encontra comigo conclui: «Estou diante de um homem de Deus»? Fazemos realmente da nossa vida uma vida habitualmente visitada pelo sacrário e visitadora do sacrário?”, interrogou.

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O sacerdote lembrou que “não foi a Igreja que inventou a Eucaristia”. “Nós não somos donos de uma celebração. O Espírito Santo é o protagonista em nós e através de nós. É uma responsabilidade tremenda, fascinante e maravilhosa. Por isso, o celebrante, e quem com ele celebra, mostra se está maravilhado com o que celebra ou simplesmente acomodado na função”, acrescentou, lembrando, a propósito, que nos “processos de canonização de portugueses que estão na Cúria Romana à espera de algum sinal do céu para que possam avançar” há “uma nota que os irmana, quase como um fio invisível que os une: são todos de pessoas profundamente apaixonadas pela Eucaristia”. “Descobriram que, para além do aparato, do barulho, da rapidez com que hoje se vive, o Senhor continua a estar no silêncio do sacrário e quer fazer do nosso coração o sacrário onde ele realmente quer habitar”, acrescentou.

Aquele delegado diocesano considerou então que “participar num congresso eucarístico é ter a possibilidade de viver uma verdadeira catequese a partir de uma experiência profunda de encontro com o Senhor e com a comunidade”. “O Congresso Eucarístico procura ir repescar aquela ideia tão bonita de que tudo converge para a fonte e tudo da fonte emana”, prosseguiu, explicando que, durante três dias, se procura “fazer caminho”. “Esse caminho não será apenas intelectual. Será também interior, pela experiência espiritual que sempre fazemos quando vivemos um momento alto de fé ou de espiritualidade, e será também um caminho exterior, porque na manhã de domingo estão previstas três horas de caminhada desde a cidade de Braga até ao Santuário do Sameiro”, concretizou, acrescentando: “podíamos até dizer que o congresso o que pretende é ajudar-nos nas mais diversas circunstâncias da nossa vida a fazer caminho para chegarmos ao centro e o centro é poder reconhecer o Senhor ao partir do pão. E fazê-lo num perspetiva profunda e verdadeira de encontro”.

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Aquele representante acrescentou assim que “o objetivo concreto da Igreja portuguesa acerca do V Congresso Eucarístico Nacional é justamente a centralidade da Eucaristia do domingo, a valorização da Eucaristia para que seja, efetivamente, um momento de encontro com Deus e com os irmãos. E a partir daqui para que seja fonte e riqueza de todos os serviços, carismas e ministérios, sobretudo, caminho de amadurecimento e de crescimento espiritual para cada um”.

O padre Pedro Manuel – que comparou a experiência de um congresso eucarístico internacional, embora “em escala mais pequena”, à de uma Jornada Mundial da Juventude “porque todo o mundo converge para o mesmo lugar por motivos de fé”, permitindo “perceber como a verdade de fé, que está por detrás do sacramento, une a todos” apesar das diferenças – convidou todos, a partir de sexta-feira, a “procurar viver mesmo em clima de congresso”, ou seja, a discernir em que medida é que o que lá se disser poderá contribuir para a sua vida.

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O pároco de São Pedro considerou que “em boa hora” as paróquias da cidade resolveram realizar o tríduo preparatório da celebração do Corpo de Deus. “A Eucaristia deveria ser o centro da vida da Igreja, das famílias. E não temos conseguido passar a mensagem para as famílias. Portanto, a nossa presença aqui é uma presença reconfortante porque ajuda-nos a passar a mensagem”, afirmou o cónego Carlos César Chantre.

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O programa do dia conclusivo do tríduo, associado ao congresso de Braga, prosseguiu com um momento de adoração eucarística, orientada pelas consagradas da cidade. Esta quinta-feira, 30 de maio, o programa da celebração da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo em Faro terá início pelas 15h30, na igreja de São Pedro, com a adoração eucarística. Às 17h terá lugar a adoração eucarística das crianças da Primeira Comunhão, seguida, às 17h30, da oração da tarde e, às 18h, terá início a procissão pelas ruas da cidade em direção à Sé.

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