O bispo do Algarve presidiu esta sexta-feira, ao final da tarde, à solenidade do 81º aniversário da dedicação da Sé de Faro, a igreja-mãe da diocese algarvia.

Na Eucaristia, D. Manuel Quintas começou por lembrar ter sido em 1943 que o bispo do Algarve da altura, D. Marcelino Franco, realizou a dedicação da catedral por não se conhecer qualquer data em que esta celebração tivesse sido realizada, tendo escolhido a das suas bodas de ouro sacerdotais.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

D. Manuel Quintas destacou o “sentido simbólico” de celebrar a dedicação da catedral “como sinal do magistério do bispo, pastor da Igreja particular, como igreja-mãe, centro de convergência de todas as igrejas paroquiais e diocesanas, sinal de unidade, dos diocesanos, na fé que o Bispo anuncia como pastor colocado à frente desta parcela do Povo de Deus”.

“Queremos ter presente toda a nossa Igreja diocesana e quantos a constituem, para os quais a nossa catedral é referência, enquanto igreja-mãe”, acrescentou, explicando ainda que a celebração procurou rezar pela “diocese presente em cada uma das suas paróquias”. “Hoje recordamos, sobretudo, o nosso clero doente e fragilizado na saúde e também os que são chamados a um novo serviço à diocese”, prosseguiu, referindo-se às nomeações que anunciou.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O bispo do Algarve lembrou que “o Concílio Vaticano II, bem como outros documentos posteriores do Magistério, dão grande relevo à igreja catedral, pela sua importância na centralidade da liturgia episcopal”. “O bispo diocesano, se bem que exerça o seu ministério em toda a diocese, tem como ponto focal do mesmo a igreja catedral, que constitui, de certo modo, a igreja-mãe e o centro de convergência da Igreja particular. É a partir da sua cátedra que o bispo forma e faz crescer o seu povo através da pregação, e preside às principais celebrações do ano litúrgico e dos sacramentos. É a presença desta cátedra que constitui a igreja catedral como centro espiritual concreto de unidade e comunhão para o presbitério diocesano e para todo o Povo santo de Deus”, desenvolveu.

D. Manuel Quintas lembrou que, “para além desta ligação estreita ao ministério do bispo diocesano, a igreja catedral é a expressão do templo espiritual edificado em cada crente pela graça batismal”. “Portanto, não devemos ficar a pensar na igreja catedral como algo que não tem nada a ver connosco. É também imagem visível do templo de Deus que nós somos”, prosseguiu.

Nesse sentido, acrescentou que “cada batizado deve considerar-se imagem da Igreja visível de Cristo, que reza, canta, louva e adora em todo o lugar”, “assim como imagem do Corpo místico de Cristo, cujos membros estão congregados pela caridade e alimentados e fortalecidos pela Eucaristia”. “Pelo batismo tornamo-nos «pedras-vivas», do templo vivo de Deus, que é a Igreja. Incorporados em Cristo pelo Batismo, tornamo-nos participantes desse templo e desse altar que é o próprio Cristo. Por isso, somos convidados a oferecer-nos a nós mesmos, no altar que é o nosso coração, através duma vida digna da nossa condição de batizados”, referiu ainda. 

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Naquela celebração foram ainda evocados “com gratidão” os 110 anos do jornal Folha do Domingo, incluindo a oração pelos seus responsáveis, administradores, trabalhadores, colaboradores e assinantes falecidos. Foi ainda feito um agradecimento público a um elemento que serviu a diocese durante 46 anos no Conselho Económico e a três jovens que serviram a diocese no Setor Diocesano da Pastoral Juvenil, um ao longo de 14 anos e dois ao longo de 9 anos.

Foi ainda feita referência ao programa de celebração do centenário da ordenação sacerdotal do fundador do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, monsenhor Alves Brás, que agora teve início.