QuerencaA Fundação Arto Carpus Castelo, com sede na Finlândia, quer construir um centro de investigação científica sem fins lucrativos em Querença, no concelho de Loulé, num investimento de cerca de 10 milhões de euros, anunciou o arquiteto responsável pelo projeto.

O complexo projetado pela fundação consiste num bloco para centro de investigação com laboratórios e salas de trabalho, outra secção dedicada à área cultural, com ateliês de artesanato e artes locais, e uma zona de alojamento não turístico para acolher os investigadores.

Em declarações à agência Lusa, o arquiteto Fernando Pessoa explicou que os edifícios vão ser inseridos no relevo do terreno, com parte da estrutura enterrada nas encostas e com coberturas verdes, sublinhando que na área do centro de investigação não serão permitidos veículos motorizados.

O objetivo é causar o “menor impacto possível na paisagem e no ambiente”, observou aquele responsável, acrescentando que será privilegiado o uso de energias renováveis em todo o complexo e que este será um local “com muito silêncio”, estando, inclusive, prevista no complexo uma torre dedicada à meditação.

Fernando Pessoa explicou que o centro deverá acolher investigadores interessados em estudar a proteção e preservação ambiental, com enfoque nesta zona do barrocal algarvio e nos seus ecossistemas, e dos ecossistemas mediterrânicos.

A recolha de plantas autóctones e endémicas do barrocal algarvio e de plantas agrícolas e fruteiras tradicionais da região e da área protegida da Benémola, próxima do local onde o centro vai ser construído, é um dos projetos que o proprietário, Arto Takala, já deu a conhecer à equipa.

“Existem contactos informais com entidades científicas e universitárias, mas só serão oficializados depois do projeto estar aprovado”, explicou Fernando Pessoa, que espera que o processo de aprovação possa ficar concluído dentro de três a quatro meses.

O projeto, atualmente a aguardar aprovação das entidades competentes, tinha inicialmente como objetivo um empreendimento turístico rural, mas o proprietário e responsável pela fundação, o finlandês Arto Takala, decidiu alterá-lo para um centro de investigação sem fins lucrativos.

Em 2007, Arto Takala recebeu a medalha grau prata de dedicação à atividade turística, atribuído pela Região de Turismo do Algarve, a propósito do seu empenho na viabilização do projeto turístico da Quinta da Ombria, que entretanto abandonou.