© António Cotrim/Lusa
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O desinteresse pelas eleições europeias, que se realizaram ontem, e a “pouca esperança” em mudanças sociais significativas ajudam a explicar a abstenção de 71,45% no Algarve, a maior dos distritos do continente.

Estes dois sentimentos eram partilhados pelos poucos portugueses que ontem de manhã descansavam nas praias algarvias.

Apesar do sol, o vento forte terá justificado a pouca afluência às praias do Vau e da Rocha, em Portimão, e Dona Ana, em Lagos. Durante a manhã, os areais apresentavam um aspeto de quase “deserto”, sendo a maioria dos banhistas, turistas estrangeiros.

Alguns portugueses optaram por votar antes da ida à praia, enquanto outros afirmaram adiar a intenção de exercer o seu direito cívico “lá mais para o fim do dia”.

“Já votei. Espero para que sirva para alguma coisa, mas mesmo que mude, não há mudanças”, afirmou à agência Lusa José Pinto, na praia do Vau, em Portimão.

De acordo com aquele morador em Portimão, as eleições europeias “não despertam grande interesse, mas deve votar-se para manifestar o descontentamento com toda a situação social”.

Por seu lado, João Ferreira, morador em Portimão, “apesar de não ter esperança nenhuma em mudanças políticas” trocou a praia pelo voto, deixando para mais tarde a decisão de votar.

“Ainda não sei. Possivelmente irei votar lá para o final do dia”, sublinhou.

“A abstenção não é o mais indicado, mas votar em quem não acreditamos e quem não nos dá garantias de fazer alguma coisa por este país, também não é admissível”, destacou.

Nas cidades de Portimão e de Lagos, nas áreas circundantes aos locais de voto, o movimento de pessoas era quase nulo, e quem por ali passava manifestava-se “indeciso quanto a exercer o seu direito de voto”.

com Lusa