O bispo do Algarve terminou ontem a visita pastoral às paróquias de São Bartolomeu de Messines, São Marcos da Serra e Silves, entregues aos cuidados dos padres Carlos de Aquino e Vasco Figueirinha.
Iniciada no passado dia 1 deste mês, esta foi a quarta e última visita realizada por D. Manuel Quintas a nove paróquias algarvias neste ano pastoral de 2014/2015. Recorde-se que o prelado visitou de Algoz, Guia e Tunes de 12 a 19 de outubro, Alcantarilha e Pêra de 16 a 22 de novembro e Armação de Pêra e Porches de 31 de janeiro a 8 de fevereiro.
Na conclusão desta última visita pastoral, o bispo do Algarve desejou que a mesma fosse uma “lufada de ar fresco” para que aquelas paróquias possam continuar a crescer como comunidades fraternas e missionárias. D. Manuel Quintas aludiu a “uma Igreja peregrina na santidade” e “aberta ao anúncio e ao testemunho do evangelho”.
“Gostaria que esta visita fosse uma «lufada de ar fresco» como foi para mim. E este «ar fresco» é o Espírito Santo. É ele que nos renova, rejuvenesce e desinstala, não nos deixa acomodados, põe-nos em movimento. Movimentando-nos, «oxigenamo-nos» por dentro, perdemos o «bafio». E é assim que resulta uma comunidade viva, fraterna e missionária, que caminha para a santidade”, afirmou o prelado ontem na eucaristia de encerramento a que presidiu em São Bartolomeu de Messines.
Há uma semana, na catedral de Silves, durante a eucaristia de encerramento da visita àquela paróquia, já tinha deixado o mesmo apelo. “Gostaria de vos exortar a vos deixardes conduzir pelo Espírito. E, sobretudo, à luz do Espírito a crescerdes ainda mais na participação daquela que é vida da vossa comunidade”, afirmou no dia 7 deste mês, destacando a importância da colaboração nos três sectores da vida da Igreja: litúrgico, profético e sociocaritativo.

A nível celebrativo (sector litúrgico), D. Manuel Quintas lembrou a necessidade de cantores, acólitos, leitores ou ministros extraordinários da comunhão. No que respeita à dimensão do anúncio da fé (sector profético) destacou a importância da catequese e no que se refere à dimensão sociocaritativa considerou que sem esta os cristãos estão “incompletos e inacabados”. “Na prática desta virtude é importante colaborar ativamente naquilo que está estruturado ao nível da própria paróquia”, afirmou, lembrando a existência do grupo da Sociedade de São Vicente de Paulo em Silves “que faz tanto bem, que ajuda tantas famílias e que precisa, necessariamente, de voluntários”.

“Que bom que seria que aquilo que vivemos, partilhámos e celebrámos, ao longo da semana contribuísse para crescermos mais na fé, na esperança e no amor”, desejou ontem em Messines, lembrando que a diminuição de sacerdotes “tem de ser colmatada pelos leigos”. Segundo o bispo diocesano, “trata-se de fazer mesmo aquilo que compete aos leigos” e não de substituir o sacerdote naquilo que é específico do seu ministério.

Considerando que “foram 15 dias muito intensos mas muito felizes”, lembrou a anterior visita pastoral realizada àquela paróquia há 8 anos, ainda com o padre Augusto Brito, falecido no final de 2013. “Certamente que ele, no céu, continua a ser «pároco» de São Bartolomeu de Messines e de São Marcos da Serra. Podemos ter a certeza que ele continua a rezar por todos nós, por estas paróquias, por estas pessoas”, afirmou D. Manuel Quintas.
Antes já o padre Carlos de Aquino se tinha referido ao anterior prior. “Sentimos, ainda que muito silenciosamente, uma presença entre nós. Quem verdadeiramente preparou esta comunidade e foi construtor desta comunidade foi o senhor padre Brito. Acreditamos muito que ele, no céu, nos fortalece, continua a olhar por nós e nos estimula a que cresçamos muito como comunidade fraterna que se coloca ao serviço uns dos outros e que, com muita alegria, é testemunha da boa notícia do evangelho”, afirmou.

“Na conclusão desta semana sinto que estamos todos muito mais felizes. Esta semana foi muito fecunda para todos nós, para as várias instituições que o senhor bispo visitou e também para as comunidades que constituem esta paróquia”, complemento o sacerdote, acrescentando que a “presença”, a “palavra” e a “amizade” de D. Manuel Quintas “vai deixar saudades”. “Não estamos cansados. Penso que interpreto o coração deste povo que, também agradecido, louva o Senhor pelo dom que o senhor bispo é, certamente, para nós como pastor e pai na fé”, concluiu.

Na primeira semana, a visita à paróquia de Silves incluiu as comunidades do Enxerim, Poço Barreto, Capela dos Mártires, Estação, Falacho e Pedreira, a comunidade das irmãs do Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria.

D. Manuel Quintas visitou ainda a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia, o Centro de Proteção de Crianças e Jovens em risco, o posto da GNR, as escolas (EB1, EB2.3 e Secundária), a instituição “Amigo dos Pequeninos”, a ALICOOP – Centro de distribuição alimentar, a Quinta Pedagógica, o Centro de Saúde, os Cuidados Continuados, a Creche e o Lar da Santa Casa da Misericórdia, o estabelecimento prisional, os Bombeiros Voluntários e o agrupamento do Corpo Nacional de Escutas.

Na última semana, para além das paróquias de Messines e São Marcos da Serra, o bispo do Algarve visitou as comunidades da Azilheira, Messines de Baixo, Poço do Gueino, Perna Seca e Calvo. D. Manuel Quintas visitou ainda as Juntas de Freguesia, os bombeiros, o lar de idosos, o centro de dia, a Casa do Povo, a Casa Museu João de Deus, as escolas (EB1 e EB2.3).

Nas três paróquias, D. Manuel Quintas visitou ainda os doentes e reuniu-se com os Conselhos Pastorais e Económicos, catequistas e restantes agentes (leitores, acólitos, ministros extraordinários da comunhão ou cantores), assim como com os destinatários da pastoral como os crismandos, as crianças da catequese, seus pais e restantes adultos.

O bispo do Algarve encontrou-se ainda com a Cáritas Paroquial e movimentos eclesiais como os membros da Sociedade de São Vicente de Paulo, da LIAM – Liga Intensificadora da Ação Missionária, do Apostolado de Oração e do Rosário Perpétuo e presidiu à celebração da eucaristia no Santuário de Nossa Senhora da Saúde.

O prelado administrou ainda, em Silves, o sacramento do Crisma a 18 crismados, quase todos adultos, e a cinco raparigas em Messines.

O Código de Direito Canónico estabelece que os bispos têm a obrigação de visitar toda a diocese ao menos a cada cinco anos, podendo, em caso de necessidade, delegar essa tarefa no prelado coadjutor ou auxiliar, ou ainda num padre.
