Foto © Samuel Mendonça
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O Instituto Superior D. Afonso III (INUAF), localizado em Loulé, encerra definitivamente em dezembro, no ano em que completa 20 anos da sua fundação, anunciou no final do mês passado em comunicado a direção do estabelecimento de ensino superior.

“Encerrará, exclusivamente, por falta de alunos, o que consideramos um sinal dos tempos”, refere a direção, acrescentando que desde 1996 o instituto formou 2.302 licenciados, 415 mestres e 596 pós-graduados em várias áreas como psicologia, educação física ou gestão ambiental.

As dificuldades de manutenção do funcionamento do instituto já tinham vindo a público em 2014, altura em que a direção conseguiu a continuação de alguns cursos após ter negociado com os alunos um aumento de 20% do valor das propinas, mas já sem abrir novas turmas.

Foto © Samuel Mendonça
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Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vitor Aleixo, disse que a autarquia já acompanhava com preocupação o momento crítico que o INUAF vinha enfrentando.

“Lamento esse facto, até porque apoiámos sempre o INUAF desde o início. Foi um desígnio estratégico do município de Loulé ter também ele localizado no seu espaço uma escola de ensino superior”, referiu o governante, recordando as centenas de alunos algarvios e de todo o país que frequentaram aquele instituto.

O autarca disse que o encerramento vai ao encontro do panorama nacional que levou ao encerramento de outros estabelecimentos de ensino em todo o país, num período em que a austeridade e as dificuldades vividas pelas famílias limitaram a possibilidade de apoio aos jovens que pretendiam frequentar o ensino superior.

Até ao final deste ano, a direção do INUAF estima que rodos os alunos das licenciaturas e mestrados em curso completem a formação e obtenham a respetiva certificação.

O instituto alcançou o seu pico de alunos entre 2000 e 2001, altura em que tinha perto de mil alunos, tendo em determinado momento aberto um segundo espaço na cidade, que já foi desocupado.

“O impacto na cidade tem-se vindo a sentir praticamente desde que a universidade entrou num ciclo de lento declínio”, observou Vítor Aleixo, acrescentando que o fecho tem impacto social e económico ao nível, por exemplo, da restauração e do alojamento local.

O INUAF continua a funcionar no Convento Espírito Santo no centro da cidade de Loulé, edifício municipal que em 2017 já deverá abrir com nova função.

“Existem projetos para ocupar aquelas instalações, nomeadamente projetos que se prendem com um projeto ambicioso que a câmara tem neste momento em mãos e que procura desenvolver, na área do turismo criativo e do Centro de Artes e Ofícios”, adiantou Vitor Aleixo.