Os Caminheiros e Companheiros (escuteiros dos 18 aos 22 anos, respetivamente dos ramos terrestre e marítimo) do Corpo Nacional de Escutas (CNE) celebraram este ano o seu patrono – São Paulo – com uma atividade que teve lugar em Estômbar de 25 a 27 de janeiro.
A edição deste ano da iniciativa, que anualmente é realizada através da Secretaria Pedagógica da IV Secção do CNE no fim-de-semana mais próximo do dia da solenidade litúrgica da conversão do apóstolo – 25 de janeiro –, foi organizada em torno do imaginário adaptado do filme de animação “Moana” (“Vaiana”, na versão portuguesa), tendo como lema, “Quem Tu és!”, eleito no último no Encontro Regional de Caminheiros e Companheiros.
O filme, que inspirou o “Dia de São Paulo” deste ano e que procurou incentivar os jovens escuteiros a descobrirem quem são e que missão têm neste mundo, conta a história de Moana Waialik, a única filha de um chefe de uma longa linhagem de navegadores que vivia há dois milénios numa pequena ilha da Polinésia.
De espírito aventureiro e apaixonado, o maior desejo da corajosa adolescente era explorar o mundo e navegar pelos mares do Pacífico. Apesar de todos os avisos do pai, que desejava que ela seguisse os seus passos como líder da tribo, a rapariga, que tinha em si a força e a coragem de várias gerações, não se obstava de sonhar com grandes façanhas. Quando, subitamente, a ilha foi ameaçada por uma escuridão inexplicável, ela percebeu que tinha chegado o momento de transpor os limites do recife, salvar a sua aldeia e procurar respostas para as perguntas que sempre a atormentaram.
O encontro para celebrar o patrono da IV secção do CNE contou com a participação de cerca 100 Caminheiros e Companheiros de 17 agrupamentos e cerca de 20 dirigentes e teve início na sexta-feira (25 de janeiro) à noite na praia da Angrinha, em Ferragudo.
Os escuteiros fizeram depois uma pequena caminhada, enriquecida com uma dinâmica relacionada com o lema do encontro, até ao Parque Municipal do Sítio das Fontes, em Estômbar, onde montaram acampamento e pernoitaram.
No sábado (26 de janeiro) de manhã, seguiram por grupos (clãs) de barco, com o apoio do Portisub – Clube Subaquático de Portimão, rio Arade acima até ao restaurante Mira Rio, no concelho de Silves. Dali continuaram de autocarro, cedido pela Câmara de Lagoa, e de carrinhas até às Caldas de Monchique onde realizaram missões de voluntariado.
Uma parte do serviço, que evocou a escuridão que se abateu sobre a pequena ilha de “Moana”, foi realizado em parceria com a associação ambiental “A Nossa Terra” e consistiu numa ação de limpeza e reflorestação da zona ardida no incêndio do último verão. Foram plantados castanheiros, medronheiros, sobreiros, freixos e carvalhos, árvores que foram doadas pela Câmara Municipal de Lousada.
O outro serviço de Caminheiros e Companheiros foi realizado para a associação de apoio a desfavorecidos “Espiral de Vontades” e visou a separação de 6250 quilos de tampinhas de plástico na sua sede, a antiga escola das Caldas de Monchique. O valor das tampas plásticas reverteu para duas campanhas em vigor, promovidas por aquela associação, com vista ao pagamento de fisioterapia de uma doente de 40 anos com leucodistrofia tetraparésica e aos tratamentos de terapia ocupacional e psicomotricidade de uma menina com paralisia cerebral.
No sábado ao final do dia, os escuteiros regressaram de autocarros e carrinhas ao acampamento, onde, depois do jantar, se realizou o tradicional Fogo de Conselho noturno.
No domingo realizaram jogos de perícia e técnica escutista relacionados com o imaginário e participaram na eucaristia presidida pelo padre Flávio Martins.