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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O padre Márlon Múcio regressou ao Algarve nos passados dias 26 e 27 de março para duas noites de oração, nas quais destacou a Igreja como «hospital» e Jesus como «médico» e «remédio».

Na iniciativa, promovida pelo Renovamento Carismático Católico (RCC) do Algarve em colaboração com a Comunidade Canção Nova, o sacerdote brasileiro, fundador e responsável da Comunidade “Missão Sede Santos” – que em outubro do ano passado foi dado como curado da doença rara de que sofria há vários anos – destacou que a Igreja é, há 2000 anos, um “«hospital» dos «combatentes»”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Lembrando que a Igreja “é a mãe das universidades e dos hospitais” e que, por isso, o mundo lhe deve o “conceito moderno de hospital”, o padre Márlon Múcio realçou na segunda noite em Loulé, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade (Mãe Soberana), que “a Igreja tem muitos hospitais, administra muitos serviços de saúde, mas ela mesma é um «hospital» para cura do corpo e da alma”. Neste sentido, recordou que o papa Francisco considerou estar-se a viver a “terceira guerra mundial, fragmentada, contra a moral, os bons costumes, a família, a fé, a vida desde o ventre da mãe” e disse ver a Igreja como um “«hospital de campanha» para socorrer os «combatentes»”.

“Para que não percamos a batalha contra o matrimónio, a família, a vida, a fé, Deus, na sua infinita Misericórdia e providência, nos deu a santa Igreja por «hospital de campanha»”, sustentou, acrescentando que a Igreja “continua a obra de cura e salvação de Jesus”, o “«médico» do corpo e da alma”. “Jesus é o «médico» de que todos os doentes necessitam. Todos somos enfermos. Uns trazem doenças visíveis a olho nu, outros doenças que nem com os mais modernos exames é possível ver, como mágoa, ressentimento, ódio e desejo de vingança. Uns trazem doenças à flor da pele, muitos mais trazem doenças debaixo da pele. Uns trazem doenças físicas, muitos mais trazem doenças mentais, muitos mais trazem doenças espirituais”, acrescentou o sacerdote.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O padre Márlon Múcio disse ainda que “Jesus é o «remédio», a resposta para todo o sofrimento humano”, mas também considerou Cristo como “o próprio enfermo”. “Ele fez de si mesmo o doente em pessoa porque todas as doenças ou sofrimentos que temos agora, ou que haveremos um dia de ter, Ele já tomou sobre si. Então, a noite de hoje é de rendição aos cuidados terapêutico-medicinais do Senhor Jesus Cristo. É a noite de deixar Jesus cuidar de nós”, observou.

O sacerdote alertou então que, “se Jesus fez da Igreja o seu «hospital»”, a “solução” para as “doenças” não deve ser procurada fora dela. Neste sentido advertiu que os cristãos não devem aderir a “seitas” ou a crenças como o “ocultismo”, o “esoterismo” ou o “reencarnacionismo”. “Você tem que fugir desses lugares. Deus proíbe essas práticas e peca por idolatria quem as procura. Nada de superstição, adivinhação, objetos de patuá, de sorte, de horóscopo, necromancia, adivinhação do futuro. Tudo isso é contrário à lei de Deus”, alertou.

Em contrapartida, o sacerdote enumerou os “muitos” “«remédios» que Deus dá: leituras sadias, leitura da palavra de Deus, fugir do pecado, das ocasiões de queda, não assistir ao que não convém na TV, perdoar os ofensores, rezar pelos algozes, louvar a Deus o tempo todo e em todo o lugar, renunciar ao maligno, usar os sacramentais”, entre outros. O padre Márlon Múcio acrescentou que o «contacto» com o “doutor Jesus Cristo” é estabelecido através da oração. “Terço na mão e joelho no chão”, pediu.

Nas noites de oração com o padre Márlon Múcio no Algarve, integradas na ‘Semana Missionária’ nacional que realizou em Portugal, de 16 a 28 de março, sob o tema “Levanta-te! Jesus é o teu Senhor”, o sacerdote disse que a mensagem a transmitir aos portugueses foi-lhe pedida por Jesus. “Eu estava no Brasil me preparando para estar com vocês e muitas vezes fui a Jesus sacramentado e Jesus falava-me o que eu devia vos falar e, numa das ocasiões, mostrou-me um hospital”, contou, acrescentando o que Jesus lhe disse: “diga ao meu amado povo português que eu mesmo serei o «médico» de cada um deles, para lhes curar as doenças do corpo e da alma, da mente e dos relacionamentos”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O sacerdote acrescentou ainda que “Jesus é «médico» em cada médico”. “Deus nos deu os médicos. Se está doente, não ir aos médicos é falta de juízo. Então, quando for à consulta médica, antes de entrar, reze para Deus iluminar o médico”, pediu, acrescentando que também tem “falta de juízo” quem “tem de tomar remédios e não os toma”. “É ser imprudente com a saúde que é dom divino”, sustentou, exortando os cristãos à evangelização porque “todo o batizado é missionário”. “Médico e remédio, quando é bom, a gente indica. Temos de «receitar» a toda a gente, em toda a parte o «médico» e o «remédio» que é Jesus e também levar o «hospital» da Igreja a cada pessoa”, apelou.

O sacerdote explicou ainda que antes de pensar ser padre estudou para ser médico porque queria “aliviar o sofrimento” das pessoas. “Passei a minha infância e a minha adolescência me preparando para ser médico. Eu era apaixonado pela pessoa humana. E continuo sendo. Eu era e sou apaixonado pela dor do meu irmão, pelo sofrimento humano. E me preparei para medicina e passei no vestibular de medicina, mas na hora da matrícula Jesus mudou os meus planos e me disse: «tu serás médico mas não do corpo, da alma»”, contou, acrescentando que “quem cuida do corpo nem sempre cuida da alma, mas, ao cuidar da alma, o corpo é beneficiado”. “Nestes 30 anos de batismo no Espírito e quase 19 de padre, tenho percebido o quanto Jesus é «médico», o quanto Ele é «remédio» e o quanto a Igreja é o melhor dos «hospitais»”, concluiu.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A noite de oração, que tinha sido iniciada com a invocação do Espírito Santo sobre o sacerdote e uma prece à Mãe Soberana, prosseguiu com a adoração ao Santíssimo Sacramento com vários momentos cantados e terminou com a recitação de uma Avé Maria.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O padre Márlon Múcio, que já tinha estado no Algarve em junho de 2016, nasceu com miastenia grave, uma doença neuromuscular que causa fraqueza e fadiga anormalmente rápida dos músculos voluntários, que se agravou nos últimos anos, após a sua ordenação sacerdotal.

O padre Márlon Múcio apresentava um quadro progressivo de fraqueza muscular que se caraterizava pela apneia grave, pela intolerância aos mínimos exercícios físicos, pela fadiga aos esforços, pelas crises de insuficiência respiratória e pela grande dificuldade em realizar atividades quotidianas de cuidado pessoal. Antes da cura repentina, o sacerdote da Diocese de Taubaté respirava com recurso contínuo a ventilação mecânica não invasiva e deslocava-se em cadeira de rodas. Na oração em Loulé, o sacerdote explicou ter tido uma “enfermeira” especial. “A beata Alexandrina de Balasar intercedeu pela minha cura”, afirmou.

Mas este não foi o primeiro episódio de cura repentina de doença associado ao sacerdote. No final de 2015, alguns exames realizados ao padre Márlon Múcio diagnosticaram-lhe um aneurisma cerebral. Passado mais de um ano, em março de 2017, o sacerdote contou ter feito novos exames que revelaram que o aneurisma tinha desaparecido.