O Algarve tornou-se na passada sexta-feira no centro nacional da organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023 em Lisboa. Loulé acolheu, no Centro Paroquial, a reunião do Comité Organizador Local (COL) do evento com os Comités Diocesanos Organizadores (COD).

No encontro, que decorreu em regime presencial e online para aqueles que não puderam deslocar-se ao Algarve, o presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 apelou à corresponsabilidade dos COD na organização daquele evento que tem como objetivo chegar a acolher 1,7 milhões de participantes.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Gostava que nestes encontros que temos que pudéssemos limar, derrubar, melhorar, corrigir para que nos sintamos corresponsáveis e construtores da JMJ Lisboa 2023”, afirmou D. Américo Aguiar, lembrando que a corresponsabilidade foi decidida pelos bispos portugueses quando lhes foi pedido para nomearem um representante de cada diocese para a organização da JMJ.

Aquele responsável disse que o “desafio é esmagador”, “particularmente exigente” e “único para a vida de todos” e que, por isso, tem de ser acolhido “a 21 mãos”, referindo-se às 21 dioceses do país. “É um desafio para a Igreja toda em Portugal”, resumiu, desejando que todos se sintam parte da organização e “não apenas fornecedores de conteúdos”, de “mão-de-obra e produtos”.

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D. Américo alertou que aquelas reuniões “vão ser cada vez mais exigentes e indispensáveis para a coordenação” e desejou “que tudo o que se decide e que vai acontecer seja resultado de uma interação permanente”, lembrando que o que for feito durante estes dois anos é que “há de ser a mais-valia da experiência da JMJ em Lisboa e não propriamente aquela semana”. “O importante da jornada não é a semana de 1 a 6 de agosto, é, sim, o caminho que fizermos até lá”, sublinhou.

O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 adiantou que a organização entra agora na “fase da implementação”. “A partir de agora, esta velocidade de cruzeiro que queremos atingir não nos dá muita margem para partidas em falso. Temos de ter consciência que o tempo corre demasiadamente rápido”, alertou.

D. Américo Aguiar advertiu ainda para a “necessidade e urgência” do COL começar a comunicar com o mundo, explicando que esta semana será entregue um “plano estratégico de comunicação” para a JMJ. “É urgente que o COL comece a comunicar com o mundo porque é urgente começarmos a propaganda de provocar o desejo de os jovens do mundo inteiro terem vontade e curiosidade de virem a Portugal em 2023”, afirmou, salientando a importância de “cativar, desafiar e encantar” também os jovens portugueses.

O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 disse que o interesse dos media nacionais até agora “foi quase zero”, alertando para a necessidade de se fazer “qualquer coisa «fora da caixa»”. “E o Algarve teve algumas. Mas se calhar, nós, COL, não fomos capazes de cativar os jornalistas para que eles viessem e comunicassem. E temos de aprender a fazê-lo”, considerou, acrescentando que isso “é uma das maneiras de fazer chegar o convite a todos, àqueles que não acompanham o quotidiano” das comunidades cristãs.

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“Vimos o quanto foi intensivo, frutuoso este caminhar dos símbolos, nomeadamente em ambientes «fora da caixa», tenham sido as prisões, a universidade, nos colégios e até, de modo especial, o mercado, onde normalmente não temos esta presença”, referiu D. Américo Aguiar, destacando a “alegria contagiante da peregrinação dos símbolos”. “Desejamos e damos graças a Deus para que isso seja fermento, quer aqui nesta diocese, quer no crescendo daquilo que é o efeito da peregrinação dos símbolos no que diz respeito a contagiar a marca JMJ Lisboa 2023 por aquilo que significa a passagem pelas dioceses e por aquilo que significa o entendimento dos portugueses em geral quanto à jornada”, desenvolveu.

“O Algarve serve-nos de «cobaia» para entendermos que temos de fazer mais e diferente. Agora nós, não a Diocese do Algarve porque o que fez foi exemplar e a capacidade de acompanhamento de comunicação nas plataformas foi exemplar. Transcenderam-se”, completou.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A irmã Ausenda Pires, membro do COL, afirmou que o convite de chegar a todos os jovens passa por “convidá-los a participar na JMJ, mostrando-lhes que Cristo é atraente, que participar na JMJ pode mudar as suas vidas e levá-los a saciar a sede de sentido de vida que têm”. “Tem pertinência espiritual participar na JMJ mesmo para quem ainda não acredita em Jesus”, frisou aquela consagrada, acrescentando que a JMJ pode também “ensinar os jovens a servir mais e melhor quem mais precisa”.

O encontro, que contou também com a presença do bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, prosseguiu com o trabalho de grupos, nos quais os participantes sugeriram estratégias para atingir os objetivos da JMJ, como avaliarão depois do evento a sua consecução, qual deve ser o papel do COL e dos COD na persecução desses objetivos, qual o papel de cada um no projeto e o que é que dispõe individualmente a fazer e o que é que pode ainda ser melhorado.

Os participantes presenciais estiveram depois presentes na vigília de oração de despedida da passagem dos símbolos da JMJ pela Diocese do Algarve.