O Comité Organizador Diocesano (COD) do Algarve para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023 promoveu esta semana duas sessões de esclarecimento e informação para animadores, catequistas e dirigentes do Corpo Nacional de Escutas que tiveram lugar nas Ferreiras e em Olhão, respetivamente na segunda e terça-feira.
Nos encontros, participados por cerca de 70 responsáveis de jovens, 32 na igreja das Ferreiras e 37 no Centro Paroquial de Olhão, o delegado diocesano ao Comité Organizador Local (COL) da JMJ apelou à inscrição conjunta naquele que disse ser “o maior encontro de jovens do mundo”. “Não há nenhum festival, nenhuma festa, nenhum concerto, nada que junte tantos jovens como uma Jornada Mundial da Juventude”, disse João Costa sobre aquele “evento global” com “um impacto mundial” que em Manila (1995) juntou 4 milhões de jovens e no Panamá (2019) “mais de 3.000 jornalistas”.

“Se começámos a preparar e caminhamos para a JMJ todos juntos porque é que iríamos à JMJ cada um por si? Não é esse caminho que queremos apontar, nem o nosso objetivo”, afirmou aquele responsável, que é também um dos coordenadores do COD do Algarve, lembrando que a diocese tem estado unida na realização dos encontros ‘Rumo ao 23’, na receção e passagem dos símbolos da JMJ durante o mês de novembro de 2021. “Temos feito este caminho sempre juntos e não cada um por si”, constatou, lembrando que, no entanto, todos os participantes são livres de escolher a modalidade de inscrição que quiserem.
“Vai ter muitos mais frutos se participarmos todos como Diocese do Algarve. Queríamos participar como Algarve para poder colher os frutos como Algarve”, complementou João Costa, acrescentando que a JMJ “não vai ser um evento de 2023”. “Vai ser o evento da nossa juventude nos próximos 5 ou 10 anos”, fundamentou, explicando que “mais do que as vantagens logísticas” terá “vantagens de pastoral”.

Aquele responsável disse ainda que a faixa etária indicativa para as inscrições, segundo o Dicastério para os Leigos, Família e Vida (Santa Sé), é dos 14 aos 30 anos e que os menores de idade precisarão de uma autorização parental. João Costa adiantou que os interessados em participar não deverão contar com menos de 250/300 euros de inscrição, que estas devem abrir “por volta de setembro/outubro deste ano” e que uma das vantagens da inscrição em grupo é o pagamento poder ser feito por prestações.
Costa referiu ainda que, dos vários modelos de inscrição, o mais completo será o que contemplará dormida, refeições, transportes (das dioceses de acolhimento para Lisboa e dentro de Lisboa), seguro e kit de peregrino. Aquele responsável lembrou também que para além da inscrição como participantes a alternativa para participação naquele evento é como voluntários. “Ser voluntário na JMJ significa que não vai pagar o valor todo, pode nunca ver o Papa (a não ser no último dia no encontro com os voluntários) e pode nunca assistir aos eventos gerais”, advertiu, lembrando ainda que será necessário “ter formações até à data da JMJ” e “ir uma semana antes” para conhecer os espaços.
O coordenador do COD Algarve, juntamente com Vânia dos Santos que também esteve presente, explicou que o valor da inscrição contempla ainda a quota de solidariedade com os jovens provenientes dos países menos abonados. “A JMJ sempre teve um cariz muito social. O nosso valor possibilita que um jovem, como eu, do Mali possa vir cá porque vai pagar muito menos”. Vai possibilitar a outros jovens viver aquilo que nós também vamos viver. Se não pagássemos este valor, esses jovens nunca poderiam participar”, justificou.
João Costa explicou ainda que a dormida “será sempre em famílias de acolhimento”, uma experiência que disse ser “muito gratificante”, ou então em escolas, pavilhões ou serviços municipalizados. “Nas famílias de acolhimento conseguimos uma experiência pastoral mais enriquecedora para os jovens”, considerou. O delegado diocesano ao COL disse ainda que a organização do evento prepara “parcerias com cadeias de restauração” para que os jovens tenham a possibilidade de ter senhas e de as trocar por refeições.
O coordenador do COD disse igualmente que, durante a semana, as manhãs são quase sempre preenchidas por catequeses e por celebrações da Palavra, perto dos locais de acolhimento, não obstante haver “sempre muito tempo livre para os peregrinos que vêm poderem visitar Lisboa”.
Para além disso, serão realizados os “‘Festivais da Juventude’, com tudo o que está relacionado com concertos espalhados por muitos palcos pela cidade, desporto e cultura”. A JMJ contará também com um ‘Centro de Reconciliação’, “uma zona mais recolhida em que há a possibilidade, durante todo o dia, de os jovens (e até os próprios transeuntes) se poderem confessar ou apenas falar” com um dos milhares de sacerdotes participantes no evento.
Será ainda promovida uma ‘Feira das Vocações’, onde vários movimentos e associações, institutos religiosos e consagrados têm a possibilidade de expor o que é o seu carisma, a sua missão e vocação, dando a possibilidade aos jovens de conhecerem diferentes trabalhos que se fazem na Igreja.
No fim de semana, o local será no Parque Tejo, à direita de quem entra em Lisboa pela ponte Vasco da Gama que tem à esquerda o Parque das Nações, onde se vai realizar a vigília e a missa de envio com o Papa Francisco.
João Costa, que também abordou o programa dos ‘Dias nas Dioceses’, adiantou ainda que a previsão da organização é de 1 milhão e 600 mil de participantes em Lisboa e o transporte das paróquias algarvias para a capital “não é um assunto ainda definido”, mas que poderá ser trabalhado a nível diocesano.
Aquele responsável pediu ainda sugestões para iniciativas que possam ajudar os jovens “de dentro”, os jovens “de fora” e a sociedade civil a viver a JMJ.
Há jovens de vários países interessados em vir para o Algarve na semana que antecede a JMJ de 2023