A Igreja do Algarve viveu este domingo mais um dia de festa pela ordenação de um novo diácono rumo ao sacerdócio.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O seminarista Getúlio Bica, de 43 anos, foi ordenado pela imposição das mãos do bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, que presidiu à Eucaristia que teve lugar na igreja das Ferreiras, de onde é natural.

O bispo diocesano destacou a “alegria partilhada” por toda a diocese, e sobretudo por aquela sua paróquia que ontem celebrou o seu 23º aniversário de ereção. D. Manuel Quintas manifestou a “gratidão a Deus pelo dom da vocação que lhe concedeu e o serviço a que o chama” e o “reconhecimento a quantos o acompanharam ao longo do seu percurso de formação humana, espiritual, académica e também pastoral”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Aquele responsável católico disse ser o Espírito Santo, “o autor de todos os dons na Igreja e no mundo”, “também o autor do dom ao ministério ordenado”. “É ele que nós hoje vamos evocar sobre o Getúlio para que o consagre a Deus, para que faça dele servidor de Cristo, do Evangelho”, afirmou no início da Eucaristia que foi concelebrada por D. António Carrilho, natural do Algarve e bispo emérito do Funchal.

Congratulando-se com os muitos jovens “e menos jovens” presentes na imensa assembleia que encheu por completo a igreja, D. Manuel Quintas dirigiu-se a eles, lembrando aos que já se consideram “talvez com uma idade a passar a validade de ser chamados por Cristo” que vejam o exemplo do Getúlio porque “todas as idades são boas” para que isso aconteça. O bispo do Algarve garantiu-lhes que Deus “não olha à nossa idade”. “Olha ao nosso coração”, destacou.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Lembrando também que ontem se celebrava o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o bispo diocesano citou a mensagem do Papa Francisco para a efeméride. “Esta é uma preciosa ocasião para redescobrir maravilhados que o chamamento do Senhor é graça, é dom gratuito e ao mesmo tempo é empenho em partir para levar o Evangelho”, afirmou, acrescentando que “a vocação é uma combinação entre a escolha divina e a liberdade humana”.

A propósito do Dia do Bom Pastor que ontem também se celebrou, D. Manuel Quintas quis ter presente também todos os sacerdotes que, associados a si, são “pastores” na Igreja algarvia. “Somos convidados todos, de maneira particular caros padres a mim associados como pastores na nossa Igreja diocesana, a nos revermos naquele que é o modelo de todos os pastores. Modelo porque ama de forma gratuita e desinteressada as «ovelhas» que lhe são confiadas”, afirmou, referindo-se a Jesus.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Este Dia do Bom Pastor constitui igualmente uma oportunidade para darmos graças a Deus pelos pastores que ele concedeu à nossa diocese, cuja dedicação e generosidade constitui para mim — e estou certo que também para cada um de vós — um testemunho que ilumina e confirma a vossa adesão a Cristo, que fortalece igualmente a minha missão de bispo diocesano, oportunidade para manifestardes àqueles que colocou à frente das vossas comunidades paroquiais gratidão e apoio por tudo o que deles recebeis, particularmente pelo alimento espiritual que vos fortalece no testemunho da vossa condição de discípulos de Cristo e da identificação com Ele”, prosseguiu.

O bispo do Algarve pediu ainda aos cristãos algarvios que continuem a rezar pelos seus padres. “Não esmoreçais na oração pelas vocações, nem deixeis de atender o pedido do Senhor da messe. Pedi que mande trabalhadores para a sua messe”, exortou, acrescentando: “Rezai hoje particularmente por mim e por todos os nossos padres, para que Deus lhes retribua o bem que deles recebemos, os torne fortes e firmes na fé, presença de Cristo bom pastor. Rezai de modo particular pelo Getúlio, sobre o qual vamos evocar os dons do Espírito Santo, para que como diácono o habilitem a seguir o caminho de Cristo que veio não para ser servido, mas para servir e dar a vida”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Após a homilia, a celebração prosseguiu com o rito da ordenação do diácono, constituído por alguns gestos significativos, mas que teve como momento mais importante o da ordenação propriamente dita com a imposição das mãos do bispo diocesano sobre o ordinando.

Um dos gestos significativos foi a colocação das mãos do ordinando nas mãos do bispo, um gesto de comunhão e de unidade, prometendo-lhe obediência e reverência enquanto sucessor dos apóstolos, sinal e garante da unidade da Igreja e desta com a Igreja de Roma.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Os outros momentos de maior emoção aconteceram já depois da ordenação com o recém-ordenado a ser revestido com as vestes diaconais, recordando que, antes de mais, se devem continuar a revestir de Cristo.

Foi-lhe entregue depois o livro dos evangelhos que agora, de modo particular, tem a missão de anunciar, mas sobretudo de amar e viver.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Momentos igualmente significativos foram os dos abraços aos restantes diáconos e do serviço ao altar prestado pelo novo diácono.

A Eucaristia contou ainda com a concelebração de vários sacerdotes vindos de fora da Diocese do Algarve, incluindo os formadores do Seminário Maior de Évora.