Na celebração, que contou com bênção dos estudantes e restantes participantes, rezou-se pela paz mundial

A Eucaristia de abertura do ano académico da Universidade do Algarve (UAlg) que se realizou na última quarta-feira, 18 de outubro, à noite, deixou à comunidade académica o desafio de fazer da academia um “laboratório de fraternidade”.

“Fazer da universidade não só um laboratório de conhecimentos, mas também um laboratório de fraternidade, de amor recíproco, de partilha”, onde todos se cuidam e acompanham, “onde ninguém quer deixar ninguém só, onde a vida se torna lugar onde os outros se sentem acolhidos, amados e incluídos”, foi o repto concreto deixado na celebração pelo capelão da UAlg que presidiu à mesma.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Na Missa, promovida pela Capelania da UAlg na capela do Seminário de São José em Faro, o padre António de Freitas pediu aos cerca de 40 alunos, docentes e demais funcionários e familiares presentes que não aceitem uma “inclusão abstrata”. “Inclusão é deixar que os outros entrem na minha vida e façam parte dela. A inclusão implica deixar que o outro entre na minha vida e que ela seja lugar onde o outro se sinta cuidado, amado e respeitado”, sustentou.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O sacerdote começou por destacar a universidade como o lugar “onde se aprende e onde nada se guarda para si, mas tudo se partilha com os outros”. “Nunca deixarmos ninguém só. Este é um dos desafios da vida universitária, muito mais no tempo presente em que sabemos que há isolamentos e alguns que ficam à parte e nós somos chamados a fazer parte de uma comunidade que se cuida, que se estima no amor recíproco. Nós, os cristãos, temos, de modo particular, este dever de nunca deixar ninguém estar sozinho, de nos procurarmos e amarmos uns aos outros”, acrescentou, exortando todos à “tarefa fundamental de ter sempre espaço na vida para as pessoas, para os outros, para que ninguém viva ou faça os seus percursos sozinho”.

A estes desafios, o capelão juntou um outro. “Hoje, o Senhor chama-vos aqui para que, através de cada um, possa chegar com a sua boa nova à vida de outros. Está a dizer-nos que quer que sejamos «fermento» no meio de tanta «massa» que é preciso levedar. Significa que quer contar com cada um de nós e que nos dá as qualidades necessárias para podermos ser, onde quer que estejamos como funcionários, docentes ou estudantes, este «fermento», este «sal» da terra, esta «luz» do mundo nos ambientes onde estamos”, afirmou.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Nesse sentido, pediu que possam “levar Jesus aos outros”. “Não só por palavras, mas através do modo como vivo”, especificou, interpelando: “O que é que posso fazer para que os outros descubram a diferença que Jesus faz na nossa vida?”.

Por fim, o padre António de Freitas lamentou o “mundo em guerra”. “Somos chamados a perceber que a paz se constrói a partir de cada um de nós, onde estamos. Cada um é chamado a construir a paz nos pequenos gestos e nos cuidados a ter uns com os outros. Que no nosso dia a dia possamos ser pontes de paz. Que possamos sempre semear a paz no coração uns dos outros para que também a universidade seja lugar onde se constrói a sensibilidade para a paz e, sobretudo, para perceber que a guerra só destrói. Na guerra nunca há vencedores, há sempre vítimas e, enquanto houver uma vítima, todos são derrotados. Na universidade somos chamados, nós os cristãos de maneira particular, a ser promotores da paz”, referiu na Missa em que os participantes foram convidados à oração pela paz.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O sacerdote manifestou ainda a intensão de um “trabalho mais conjunto entre Pastoral Juvenil, Pastoral Universitária e Pastoral Vocacional”.

A Eucaristia, que contou com a participação do presidente da Associação Académica da UAlg, Fábio Zacarias, incluiu a bênção dos estudantes, dos professores e restantes funcionários e terminou com a consagração a Nossa Senhora.

Depois da celebração, decorreu um convívio.