Projeto há muito acalentado pelo pároco para fazer face às necessidades pastorais da paróquia, foi ontem inaugurado e benzido o Centro Paroquial Santo António das Areias de Armação de Pêra, cuja construção teve início em setembro de 2020.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“Quantas e quantas vezes me diziam: «precisamos de uma sala para a catequese, não temos um lugar para nos reunirmos». E eu sempre animei dentro de mim esta esperança: um dia havemos de conseguir. E, hoje, dou graças a Deus porque esse sonho se realizou. Temos nosso centro paroquial”, afirmou o padre Joaquim Beato no final da Eucaristia, que se seguiu à bênção também presidida pelo bispo do Algarve.

O pároco explicou que a dedicação àquele padroeiro é devido à sua veneração a Santo António e, sobretudo, para que os mais novos se lembrem que “em tempos muito antigos” houve naquela terra uma “devoção grande” àquele santo. “Como atestação disso mesmo, lá está a capelinha de Santo António que tivemos a preocupação de restaurar e hoje está linda, na simplicidade, a testemunhar a fé dos nossos antepassados”, afirmou o sacerdote, referindo-se à capela da fortaleza – também conhecida como ermida de Nossa Senhora dos Aflitos, pela devoção mariana que a comunidade piscatória lhe foi incrementando ao longo dos tempos –, onde encontrou uma imagem de Santo António.

O projeto antigo – que na sua primeira versão chegou a incluir uma nova igreja que ao longo dos últimos 18 anos deixou de ser uma prioridade – destina-se “a melhor servir” não só a comunidade ali sediada, mas também a quantos ali “se fixam durante as suas férias de verão e noutros períodos do ano”, como explicou o bispo do Algarve.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

D. Manuel Quintas, que disse estar “com o coração em festa”, “unido” ao pároco, à comunidade e “agradecido àqueles que desde o primeiro momento” colaboraram na obra, explicou a intenção de “invocar a bênção de Deus sobre ela”. “Quando pedimos a bênção de Deus para algum objeto, estamos sempre a pensar nas pessoas. Ao invocar a bênção de Deus estou a pensar naqueles que tornaram possível este sonho e aqueles que vão usufruir, como nós, já hoje, desta obra”, referiu.

Na celebração evidenciou-se que “a Igreja precisa de possuir meios adequados para o exercício de uma eficaz ação pastoral, desenvolvida também com a colaboração imprescindível dos leigos”. “Esta colaboração adquire maior vitalidade quando, pela edificação de espaços adequados, se torna possível intensificar, mais profundamente, a formação doutrinal e espiritual de cada batizado”, salientou-se, acrescentando que o objetivo é usufruir daquelas instalações “para crescer mais no conhecimento da palavra de Deus” e na “identificação com a pessoa de Jesus”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Após a bênção com a aspersão feita aos diversos espaços também pelo padre Joaquim Beato, e já no final da Eucaristia que teve lugar no salão polivalente com capacidade para cerca de 400 pessoas, Fernando Serol, representante do Conselho Económico da paróquia, acrescentou que, para além da missão de “anunciar o Evangelho às crianças, adolescentes, jovens e adultos”, aquele espaço procurará “acolher os que procurarem conforto, paz, tranquilidade e fé”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Ana Cristina Santos, também conselheira do mesmo órgão paroquial, realçou que aquele projeto foi sonhado por “um homem de Deus”, “sensível às necessidades dos seus fiéis”, que “idealizou edificar uma obra para alargar fisicamente as valências da sua igreja, criar um espaço social onde todos tivessem um lugar para estar, conviver, ouvir a palavra de Deus, cantar, rezar, partilhar experiências, aprender mais sobre si e sobre os outros”. “Do sonho até à sua concretização a Terra deu muitas voltas ao sol, mas este homem de Deus aproveitou o tempo para amealhar todos os cêntimos possíveis para poder suportar os custos do seu sonho”, prosseguiu, garantindo que o pároco “manifestou sempre desejo de ter uma equipa que trabalhasse consigo porque dizia não ser capaz de o fazer sozinho”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Ana Cristina Santos testemunhou que essa equipa foi movida por “aquele que continuava a correr atrás do seu sonho”. Aquela colaboradora explicou que o pároco, “desde o dia em que foi lançada a primeira pedra” “não parou de trabalhar” em prol daquela obra. “Tornou-se arquiteto, desenhador, eletricista, pedreiro, carpinteiro, decorador, pintor, jardineiro. Cada tijolo colocado, cada parede levantada, cada pintura feita, cada semente deitada à terra teve a sua análise e a sua reflexão. E estamos certos de que não passou um único dia desde o início da obra em que cá não tivesse vindo”, frisou, considerando que a “obra teve um único obreiro”, o padre Joaquim Beato, “que muito deu de si para que o centro paroquial fosse uma realidade”.

Fernando Serol explicou também que ao longo da obra, terminada em dezembro de 2023, “surgiram vários constrangimentos que foram ultrapassados com compreensão apoio e disponibilidade de todos aqueles que a ajudaram a erguer”, acrescentando que a construção foi feita, até agora, “sem quaisquer apoios de entidades oficiais”.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O padre Joaquim Beato agradeceu a todos aqueles que colaboraram e ajudaram na realização da obra e exortou-os a levar o projeto por diante. “Peço aos mais novos para que continuem esta obra. Ela tem possibilidade de se manter”, afirmou o sacerdote, que entregou a chave do centro paroquial àqueles dois membros do Conselho Económico, para que eles, juntamente com os restantes membros daquele órgão, com os catequistas e com todos os que possam colaborar consigo próprio, possam levar por diante a realização daquela obra. “Eu não me ponho de lado, mas queria que todos soubessem que eles serão os grandes responsáveis por esta obra”, explicou, agradecendo ainda à empresa construtora EuroAlicerce.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Depois da Missa, concelebrada também pelos párocos vizinhos, cónego Manuel Rodrigues e padres José Águas e Manuel Condeço, foi descerrada uma lápide e realizado um convívio.

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Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Construído em terreno cedido pela Câmara de Silves, contíguo à casa mortuária da vila, o centro paroquial de Armação de Pêra, orçamentado em quase 1,5 milhões euros (mais IVA), tem área coberta de cerca de 1.150 m² e é composto, para além do salão, por várias salas de catequese, salas de reunião, uma capela, um espaço para convívios e um bar.

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