As paróquias algarvias ao cuidado dos sacerdotes da Companhia de Jesus (jesuítas) promoveram um programa festivo pelos 50 anos do regresso daquela ordem religiosa ao Algarve.

A iniciativa decorreu em Portimão, de 19 a 21 deste mês, e no último dia teve lugar no Pavilhão Arena a Eucaristia, presidida pelo bispo do Algarve, de “ação de graças” pelos últimos 50 anos de serviço dos jesuítas na diocese.

“Neste domingo, elevamos um hino de ação de graças a Deus pelos 50 anos do regresso da Companhia de Jesus ao Algarve. Foi há meio século que retomou a sua presença e o seu ministério nesta nossa terra algarvia, com a vinda dos padres Domingos Costa e Arsénio”, começou por referir D. Manuel Quintas.

O bispo diocesano lembrou que “chegaram sem projetos pessoais ou provinciais” porque “o projeto era Deus que o tinha”. “Chegaram pobres tal como tinham saído daqui os seus confrades, 216 anos antes, expulsos pelo Marquês de Pombal do Colégio de Portimão. Chegaram sem garantias de sustento a não ser o seu trabalho pessoal e o seu ministério pastoral… vivendo como pobres, cuja única riqueza consistia no anúncio do Evangelho, na formação doutrinal e espiritual daqueles que lhes foram confiados, decididos a cuidar não só do espírito mas também do corpo, sem estruturas ou reservas económicas para as edificar”, prosseguiu, considerando que “como o projeto era de Deus… estavam garantidos”.

“Testemunha-o o que todos podemos constatar, fruto deste caminho percorrido nestes 50 anos: a nova paróquia de Nossa Senhora do Amparo; a renovada paróquia da Mexilhoeira Grande e agora ultimamente também a de Odiáxere e a animação espiritual de toda a Diocese, sem esquecer o testemunho eloquente da obra social na Mexilhoeira Grande e na paróquia de Nossa Senhora do Amparo que acompanhou, desde a primeira hora, os seus pioneiros padre Domingos e padre Arsénio e tanta gente boa e generosa que a eles se associou nesta nobre missão de bem fazer… ou, se preferirmos, de fazer bem o bem que se faz”, desenvolveu.

Referindo-se ao seu testemunho “eloquente”, o bispo do Algarve desejou “que o seu exemplo de dedicação, inspirado em Santo Inácio de Loyola”, “ajude a viver com desprendimento, colocando os dons recebidos ao serviço da evangelização e da caridade, ou seja da promoção dos mais frágeis e da dignidade da pessoa humana”. “Que Deus recompense, como só Ele sabe, a Companhia de Jesus por todo o bem semeado no Algarve por tantos membros seus que, sobretudo nestas últimas duas décadas, serviram a nossa diocese, revelando dedicação, generosidade e ousadia pastoral”, concluiu.

O programa festivo pelos 50 anos do regresso dos jesuítas ao Algarve incluiu ainda concertos, exposições e conferências, mas também jogos, caminhadas, voluntariado ecológico e momentos de oração.

No dia de abertura, 19 de setembro, o programa teve início na Alameda da República com a encenação intitulada “O Sonho de Diogo Gonçalves e Izabel de Souza”, com texto original do padre Nuno Tovar de Lemos e música interpretada pela Orquestra Filarmónica de Portimão.

A chegada de jesuítas ao Algarve ocorreu em 1599 e a sua expulsão pelo Marquês de Pombal ocorreu em 1759, dando-se o seu regresso à diocese em 1975 com a vinda dos padres Arsénio Castro da Silva e Domingos Monteiro da Costa.