Os algarvios, que responderam uma vez mais ao apelo da Comunidade de Taizé para continuarem a ‘Peregrinação de Confiança através da Terra’, explicaram à FOLHA DO DOMINGO que “as expectativas para este encontro eram grandes, mas foram totalmente correspondidas, preenchendo todos os desejos de cada jovem”. “Após toda esta vivência de acolhimento, simplicidade, humildade e despojamento queremos levar para as nossas paróquias este espírito libertador. Cada Jovem dará testemunho de uma Igreja peregrina que acolhe e faz comunhão com todos e especialmente com os jovens”, complementam, acrescentando que “toda esta experiência será mais forte e evangelizadora” se encontrar um coração que seja “espaço de acolhimento e de abertura”.
O Encontro Europeu de Taizé foi também marcado pela «Carta da China», que o irmão Alois, prior da Comunidade de Taizé, escreveu no encontro que teve recentemente, durante três semanas, com jovens chineses e que agora quis partilhar com os seus congéneres europeus. “Uma das fortes mensagens foi que cada jovem tem um desejo de procurar a «fonte» onde pode saciar a sua «sede» e esta «fonte» só pode ser Deus”, testemunharam os algarvios.
A participação algarvia começou a ser preparada há uns meses atrás, com os convites dirigidos aos jovens para que integrassem a delegação do Algarve, no entanto a organização não foi fácil como testemunha João Cabral, colaborador do Sector da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve para as iniciativas relacionadas com Taizé. “Em Novembro éramos apenas 10 jovens inscritos. Entretanto, o grupo foi crescendo, foram aparecendo jovens de várias partes do Algarve e até de outras dioceses”, refere.
Com 30 dos algarvios, oriundos de Aljezur, Bensafrim, Ferreiras, Lagos, Quarteira e Quelfes, seguiram também de autocarro sete jovens das dioceses de Setúbal, Coimbra e Santarém. Partiram de Portugal no dia 26 de Dezembro, no dia 27 foram acolhidos por uma paróquia nos arredores de Paris – Antony –, onde celebraram Eucaristia, presidida pelo padre José Andrade, do Lavradio (Diocese de Setúbal), que integrou parte o grupo peregrino a Poznan que naquele dia pernoitou na sede de um agrupamento de escuteiros franceses.
No dia seguinte visitaram o antigo campo de concentração KL-Natzweiler no lugar de Struthof, na Alsácia (região administrativa francesa, localizada a leste da França, junto às fronteiras alemã e suíça), que funcionou de 1941 a 1945, onde tomaram consciência das tormentas sofridas impostas pelos nazis ao povo polaco.
No dia 29 pela manhã chegaram a Poznan, tendo sido recebidos pela Comunidade de Taizé e acolhidos em diversas paróquias em casas de famílias.
O Encontro Europeu de Taizé acolheu este ano 30 mil jovens de toda a Europa e dos outros continentes, dos quais quase 450 eram portugueses.
Os Encontros Europeus de cinco dias são animados pelos irmãos de Taizé desde 1978. Já tiveram lugar em Paris, Barcelona, Londres, Roma, e também em Praga, Viena, Munique, Budapeste, Milão, Lisboa, Zagreb, Genebra ou Bruxelas. Houve três Encontros Europeus na Polónia, dois em Wroclaw (1989 e 1995) e um em Varsóvia (1999). Estes encontros inscrevem-se numa ‘Peregrinação de Confiança através da Terra’ lançada há trinta anos pelo irmão Roger, o fundador da Comunidade de Taizé.
Clique na foto para ver outras fotos