jubileu_catequistasO Jubileu dos Catequistas, que no domingo terminou no Vaticano, contou com a participação de 700 portugueses, incluindo 32 catequistas da Diocese do Algarve que foram acompanhados pelo padre José Joaquim Campôa, diretor do Secretariado Diocesano da Catequese, e pela irmã Josefina Teixeira, responsável pelo Setor Diocesano da Catequese da Infância e Adolescência.

Os catequistas de língua portuguesa realizaram na sexta-feira as celebrações jubilares com uma catequese sobre o tema da misericórdia pelo responsável da secção portuguesa na Secretaria de Estado do Vaticano, monsenhor Ferreira da Costa, que decorreu na igreja de São Luís dos Franceses e a partir do ciclo de pinturas de Caravaggio sobre São Mateus, que preenchem a Capela Contarelli, nesta igreja.

jubileu_catequistas_2016No sábado, o programa do Jubileu dos Catequistas incluiu a Peregrinação à «Porta Santa» e a possibilidade de fazer o percurso “Nos passos dos Santos e Beatos da Catequese”. Ao fim do dia, decorreu na basílica de São Paulo Fora de Muros a oração de vésperas e a apresentação de testemunhos.

O Jubileu terminou no domingo com a eucaristia presidida pelo papa na praça de São Pedro.

Francisco afirmou que o “centro da fé” é a ressurreição de Jesus, o anúncio não se pode fixar em «obrigações religiosas» e referiu-se a “comportamentos estrábicos” dos cristãos.

Na homilia da missa, Francisco disse que “o anúncio principal da fé” é a experiência do “Senhor ressuscitado” e é em torno deste centro que “tudo roda”. “Não há conteúdos mais importantes. Nada é mais sólido e atual. Todos os conteúdos são belos se permanecerem ligados a este centro. Se se isolam, perdem sentido e força”, disse o papa.

Para Francisco, o “coração pulsante” do evangelizador é o “anúncio pascal”, a certeza de que Jesus está vivo, ama cada um e deu a vida por todos. “É amando que se anuncia Deus Amor, não à força de convencer, impondo uma verdade, nem se fixando em obrigações religiosas ou morais”, disse.

Francisco sublinhou que o anúncio de Deus “não é uma ideia”, mas uma “Pessoa viva”, que se anuncia às pessoas “com atenção às suas histórias e ao seu caminho”.

“A sua mensagem passa com o testemunho simples e verdadeiro”, referiu o papa, acrescentando que é necessário acolher todos e ser alegre.

“Não se fala bem de Jesus quando se está triste nem se transmite a beleza de Deus só fazendo belas pregações. O Deus da esperança anuncia-se vivendo hoje o Evangelho da caridade, sem medo de O testemunhar, também com as novas formas de anúncio”, sustentou Francisco.

O papa denunciou os “comportamentos estrábicos” de quem olha “com reverência as pessoas famosas e desvia atenção de tantos pobres e dos sofrimentos de hoje, que são os prediletos do Senhor”.

“A insensibilidade de hoje cava abismos, invencíveis para sempre. E nós estamos neste mundo, neste momento, nesta doença da indiferença, do egoísmo, da mundanidade”, alertou o papa.

“Fazer história”, “não ostentar aparências nem procurar glória”, não “ser tristes nem lamentosos”, deixar a “negatividade” que culpa “tudo e todos” foram indicações deixadas por Francisco aos participantes na Eucaristia de encerramento do Jubileu dos Catequistas.

“Que o senhor nos dê a graça de renovarmos todos os dias a alegria do primeiro anúncio: Jesus morreu e ressuscitou, Jesus ama-te pessoalmente. Te dê a força de viver e anunciar o mandamento do amor superando e a aparência e a tristeza mundana. Que te torne sensível aos pobres que não são um apêndice do Evangelho, mas uma página central sempre aberta diante de todos”, concluiu Francisco na homilia da missa.

No fim da eucaristia, o papa agradeceu a todos os catequistas presentes pelo “empenho na Igreja ao serviço da evangelização, na transmissão da fé”.

com Ecclesia