Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A assembleia geral, que reuniu no passado domingo as conferências do Conselho Central do Algarve da Sociedade de São Vicente de Paulo, deixou um forte apelo ao trabalho em rede e à abertura à comunidade.

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No encontro, que teve lugar na paróquia de Silves, foi destacada a importância do trabalho articulado, não só entre as 12 conferências algarvias atualmente no ativo, mas também com as entidades oficiais que trabalham igualmente na área social.

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“Devemos trabalhar sempre em rede, em complementaridade, de maneira que aqueles que servimos não sejam prejudicados”, pediu o bispo do Algarve que presidiu à Assembleia Geral, participada por 44 vicentinos das conferências de Aljezur, Almancil, Lagoa, Monchique, Olhão, Silves, Tavira e Vila Real de Santo António.

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Lembrando que “a caridade é sempre criativa”, D. Manuel Quintas exortou ainda à apresentação na paróquia do trabalho realizado. “Que a comunidade saiba, quando vocês pedem ajuda, para onde é que vai essa ajuda”, afirmou, considerando ser “muito importante” “motivar outros” para “ajudarem a ajudar”.

O apelo foi repetido pela presidente do Conselho Central, que exortou também à abertura das conferências. “Há que inovar. Não podemos ser grupos fechados. Temos que ser abertos. É muito importante que seja dado a conhecer o trabalho desenvolvido pelas conferências”, destacou Fernanda Agapito, lembrando ainda que o “bom funcionamento” dos grupos vicentinos só é alcançado se estiverem “em comunhão com a Igreja”. “Não somos um grupo alheio, fazemos parte das comunidades”, observou, acrescentando que o desejo do Conselho Central é que haja em todas as comunidades uma representação da Sociedade de São Vicente de Paulo.

Reconhecendo que “as conferências estão um bocadinho envelhecidas”, Fernanda Agapito desafiou ainda à criação do “Dia do Vicentino” nas paróquias, uma atividade que disse serviria para apresentação do carisma do movimento, para que este possa crescer no Algarve.

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Aquela responsável considerou ainda que o “mais importante de tudo” e “o que distingue a Sociedade de São Vicente de Paulo” é a visita aos doentes. “Temos que estar próximos dos pobres, não tanto na questão de dar alimento, mas educar as pessoas na sua formação intelectual e espiritual”, pediu.

O encontro, sob o tema “Com Vicente de Paulo ser Igreja em Missão”, ficou ainda marcado pela apresentação do plano de trabalho para o presente ano pastoral de 2018/2019. No próximo dia 18 de novembro, os vicentinos celebrarão o Dia Mundial dos Pobres na eucaristia presidida pelo bispo do Algarve, às 17h, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade (Mãe Soberana), em Loulé. A presidente do Conselho Central informou ainda que naquele dia será reativada a conferência daquela cidade e adiantou que, no dia 24 do mesmo mês, será realizado um plenário em Tavira, pelas 10h, para presidentes, secretários e tesoureiros das conferências algarvias.

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Congratulando-se também com a reativação da conferência de Monchique, Fernanda Agapito, deu conta da intenção de formar também grupos em Lagos e Vila do Bispo e desafiou à participação no encontro de 26 e 27 de janeiro previsto no programa de atividades da Casa de Retiros de São Lourenço do Palmeiral. Aquela responsável informou da vontade de realização no próximo ano de um retiro para todos os vicentinos naquela casa.

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A assembleia geral contou ainda com uma apresentação da peregrinação algarvia, de 7 a 13 de julho deste ano, aos lugares de São Vicente de Paulo, na França, que teve 23 participantes, acompanhamento espiritual do frei Paulo Ferreira e passou ainda pelo Santuário de Lourdes e por Ars. “É importante que nós, vicentinos, passemos pelos lugares onde tudo começou”, considerou Fernanda Agapito.

Na eucaristia matinal na Sé, que precedeu o encontro no salão da paróquia de Silves, o bispo do Algarve lembrou que “o testemunho missionário de Vicente de Paulo e Frederico Ozanam [fundador da Sociedade de São Vicente de Paulo] é atualizado hoje” pelos vicentinos junto dos pobres. “Na Diocese representais essa Igreja missionária, em saída, em direção aos pobres, aos mais necessitados, tendo presente aquele que inspira a vossa ação: Vicente de Paulo, sem esquecer também Frederico Ozanam”, sustentou.

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D. Manuel Quintas lembrou ainda que o vicentino é o que procura “amar através das obras e não através das palavras, muitas vezes no silêncio, com muita discrição, sem fazer barulho, mas de maneira eficaz”. “Vós, vicentinos, sois sobretudo aqueles que, estando presentes em gestos de amor e caridade, dais autenticidade e verdade ao ser missionário. Quero agradecer, por um lado à vossa presença na nossa Igreja diocesana, estimular-vos a prosseguir porque o vosso serviço situa-se mesmo no coração do evangelho, no coração da Igreja e, ao mesmo tempo, nos ensinais também que a verdade e a autenticidade de ser missionário passa pelo serviço aos pobres”, concluiu na eucaristia que contou com a renovação do compromisso dos vicentinos.

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A Sociedade de São Vicente de Paulo, inspirada no santo francês com o mesmo nome que viveu entre 1581 e 1660, foi fundada em Paris no ano de 1833 por um grupo de estudantes liderados pelo beato Frédéric Ozanam, tendo chegado a Portugal em 1859, quando foi criada a primeira Conferência, em Lisboa. Para além das já citadas, no Algarve existem presentemente também conferências do movimento em Albufeira, Ferragudo, Ferreiras e Quelfes.

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