A Diocese do Algarve promoveu na passada sexta-feira à noite, 05 de janeiro, uma atividade de Natal para jovens.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A iniciativa, levada a cabo através do Setor Diocesano da Pastoral Juvenil (SDPJ), decorreu em formato de ‘live show’, intitulado ‘Você no Presépio’, procurando simular um programa televisivo ao vivo, que teve início com uma dinâmica de apresentação das paróquias representadas ao estilo das entrevistas ao público presente naquelas transmissões televisivas.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A noite prosseguiu com uma partilha vídeo-projetada de D. Américo Aguiar. O cardeal, bispo de Setúbal, testemunhou a celebração que viveu na tarde na véspera de Natal, 24 de dezembro, no estabelecimento prisional da sua diocese com centena e meia de reclusos. “Foi uma celebração muito emotiva de sermos capazes de testemunhar a esperança junto destes nossos irmãos. Temos de ser capazes de não lhes matar a esperança e para nós a esperança é Cristo vivo. E, neste contexto de reclusos, foi isso que tentei viver com eles, tentei alimentar no coração de cada um essa esperança”, afirmou, lembrando que “qualquer um, em qualquer momento da sua vida, pode cometer um crime, um pecado, uma falha”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Citando o Papa Francisco no Parque Tejo, durante a vigília da Jornada Mundial da Juventude, recordou: “o único momento em que devemos olhar para alguém de cima é quando estendemos a mão para ajudar a levantar”. “Ao longo da vida muitos foram aqueles que nos ajudaram a nós próprios a levantar-nos dos nossos pecados, das nossas falhas, mas também somos convidados a ir em socorro e auxilio dos irmãos e das irmãs quando cometem falhas e é preciso que alguém os ajude a levantar também do chão para retomarem as suas caminhadas”, prosseguiu, explicando que aquela celebração procurou “semear no coração” daqueles homens a esperança de que “um dia virá em que o sol vai nascer e vai iluminar cada um deles para retomarem as suas vidas junto das suas famílias, amigos e todos aqueles que mais os querem e mais os estimam”.

Aos jovens pediu que sejam “sensíveis aos sonhos de Deus” e pediu “forças, oração, empenho e dedicação” para a “concretização desses sonhos que Deus tem para todos e para cada um”. “Nunca deixemos de alimentar a esperança no coração dos mais frágeis, dos últimos, dos mais esquecidos e dos menos ouvidos. Sejamos capazes de dar testemunho de Cristo vivo no nosso coração e no de cada um desses irmãos e irmãs”, pediu.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A noite prosseguiu com a descontraída rubrica ‘Na cozinha de Jesus’, na qual o convite do assistente do SDPJ a dois voluntários para confecionarem ao vivo um bolo-rei serviu de pretexto para fazer uma catequese não só sobre o significado daquele doce, mas, sobretudo, sobre Aquele a quem ele desse cedo procurou homenagear. “As pessoas perceberam que o bolo-rei se destinava na altura do Natal a celebrar outro tipo de rei, o nosso rei que é Jesus, mas também a dar o significado dos reis Magos. E é por isso que no dia da Epifania [06 de janeiro] comemos bolo-rei”, afirmou o padre Samuel Camacho, explicando que haver “tradições dentro da própria humanidade e até da cultura que a Igreja soube adotar para lhe dar um sentido maior”.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O sacerdote referiu que “Jesus torna-se o rei das nações quando nasce e os Magos perceberam isto”. “O ouro que vem da Europa, o incenso que vem da Ásia e a mirra que vem da África mostra-nos que Jesus é Aquele que todos estávamos à espera, é o rei das nações, mas, em primeiro lugar, o rei dos nossos corações. Quer dizer que Jesus vem salvar-nos não só como Deus, mas essencialmente experimentando aquelas que são as nossas dores e sofrimentos para nos dizer que a nossa natureza tem algo de melhor que podemos dar”, completou, recordando que o tempo de Natal se cumpre entre o dia do nascimento de Jesus, a 25 de dezembro, e a festa do seu batismo, no domingo seguinte à festa da Epifania.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O ‘live show’ continuou com uma entrevista a um convidado. O frei Bruno Peixoto, da Ordem dos Frades Menores (franciscanos), foi inquirido sobre a origem do presépio que este ano está a completar 800 anos. O sacerdote franciscano lembrou que a representação do nascimento de Jesus nasceu em Greccio (Itália) pela mão de São Francisco de Assis, referiu-se à sua “teologia muito profunda” por intuição do seu criador e lamentou que a tradição da sua montagem vá decrescendo. “Celebramos o Natal sem o aniversariante. A maior parte do nosso Natal é celebrado sem lembrar Aquele que faz anos, muito fruto desta cultura laica e secular que o mundo hoje vive”, criticou, lamentando ainda o desaparecimento de símbolos alusivos ao presépio das decorações públicas natalícias.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O ponto alto da noite chegou com o momento de adoração ao Santíssimo Sacramento.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Os jovens participantes foram convidados a levar um bem alimentar não perecível para aquele encontro e no âmbito de um passatempo, intitulado ‘O peso da caridade’, foram convidados calcular o peso total dos produtos doados que era de 76,2 quilogramas. Os alimentos foram entregues à comunidade algarvia franciscana para que entregarem as pessoas carenciadas que assistem.

Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo
Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo