Foto © Samuel Mendonça

O bispo do Algarve destacou na passada quinta-feira que celebrar a Imaculada Conceição é “ter presente e professar o mistério central” da fé cristã: a encarnação de Jesus.

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D. Manuel Quintas acrescentou que, para a realização do projeto de Deus pela humanidade, “contribuiu o ‘sim’ disponível de Maria, consumado, de modo definitivo, pela redenção operada por Cristo”.

No dia em que a Igreja celebrou a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, o prelado afirmou na missa estacional, celebrada à noite na Sé de Faro, que “a obediência de Maria é expressão de fé, de confiança filial, de abandono”. “Assim faz com que a palavra de Deus irrompa na nossa história, já que em Jesus, verbo de Deus encarnado, se inaugura um tempo novo de graça e de liberdade para todos os filhos de Deus. Com o seu ‘sim’, Maria abriu a humanidade e o mundo ao advento do Deus-redentor”, realçou.

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D. Manuel Quintas lembrou que “Maria foi a primeira totalmente redimida e foi, como tal, que ela concebeu sem pecado o filho de Deus, porque sem pecado foi também ela concebida”. “Foi preservada do pecado desde a sua conceção para que, cheia de graça – como a denominou o anjo – se tornasse digna Mãe do seu Filho. Ela é a primeira de todos os redimidos, imagem da Igreja que o Senhor quer gloriosa, sem mancha nem ruga, santa e imaculada. Ela simboliza a humanidade que se abre ao mistério de Deus, realizado plenamente pela encarnação e pela obra redentora de Jesus Cristo”, prosseguiu.

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A Maria, – que evidenciou ser “modelo da resposta” ao projeto de Deus –, o bispo diocesano contrapôs Adão e Eva como “imagem da rejeição” daquele projeto. “Tanto Adão e Eva como Maria escutaram a palavra de Deus. Eva escutou, mas não acolheu nem seguiu a palavra escutada”, constatou, considerando que “a desobediência de Eva é expressão de todos aqueles que optam por viver segundo interesses marcados pelo egoísmo, pela autossuficiência, prescindindo de Deus ou mesmo em oposição a Ele, o que pode conduzir à negação de si mesmo e à rejeição do próprio semelhante com todas consequências que daí advêm”.

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“Também a nós hoje, tal como a Eva e Maria, é dirigida a palavra de Deus. Podemos interrogar-nos como é que escutamos a palavra de Deus, como é que a acolhemos e seguimos na nossa vida, como é que essa palavra encarna e ganha vida nos nossos gestos e atitudes”, prosseguiu D. Manuel Quintas, lembrando que para os cristãos a palavra de Deus “tem um nome e um rosto”: o de Jesus. “O nosso acolhimento e a nossa adesão à pessoa de Cristo atualiza a sua presença como Deus connosco e para nós precisamente através dos nossos gestos e das nossas atitudes”, advertiu.

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O prelado lembrou ainda que a celebração daquela festa ganhou este ano particular significado por causa do Programa Pastoral 2016/2017 da Igreja algarvia. “Tendo presente o centenário das Aparições em Fátima, quisemos inspirar-nos em Maria e sentir-nos chamados com ela a ser discípulos e testemunhas do evangelho da alegria e do amor”, afirmou.

D. Manuel Quintas sublinhou também que a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora é “uma festa muito querida do povo português”. “As nossas paróquias do Algarve são disso testemunho”, afirmou, lembrando que mais de metade das paróquias algarvias invocam Nossa Senhora como sua padroeira e 12 delas estão dedicadas à Imaculada Conceição.

O rei D. João IV coroou Nossa Senhora da Conceição como padroeira e rainha de Portugal a 25 de março de 1646 em Vila Viçosa. Desde esse gesto, nunca mais os reis usaram coroa porque ela tinha sido atribuída a Nossa Senhora da Conceição. A Igreja apenas reconheceu o dogma da Imaculada Conceição de Maria em 1854 pelo Papa Pio IX.