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© Samuel Mendonça

O bispo do Algarve iniciou no Domingo de Ramos as celebrações da Semana Santa, advertindo que para viver a semana mais importante do calendário cristão da forma correta é preciso “ir mais além do que a simples contemplação” do que Jesus passou.

“Somos chamados a entrar no próprio mistério pascal para também nós «morrermos» e «ressuscitarmos» com Cristo”, metaforizou D. Manuel Quintas.

O prelado frisou que o “objetivo principal” da liturgia da Semana Santa é que a experiência do mistério se faça de modo a que ele “fale ao coração e à vida”. “Não podemos deter-nos apenas na recordação dos acontecimentos dos últimos dias da vida humana de Jesus, narrados e representados de tantos modos, através de diversas formas que a piedade popular consagrou ao longo do tempo. Não podemos ficar apenas na participação quase exterior desses atos de piedade referentes à vida de Jesus, evocando os últimos dias da sua vida”, afirmou, explicando que o “grande desejo da Igreja” na Semana Santa não se dirige às “emoções”, mas a “tornar mais profunda” a fé dos cristãos.

Na celebração, que teve início junto à igreja de Misericórdia de Faro com a bênção dos ramos, à qual se seguiu a procissão até à Sé, prosseguindo ali a eucaristia, D. Manuel Quintas lembrou que foi para realizar o mistério pascal, isto é a sua paixão, morte e ressurreição, que Jesus “entrou na sua cidade de Jerusalém”. “Por isso, recordando com fé e devoção esta entrada triunfal na cidade santa, acompanharemos o Senhor, de modo que, participando agora na sua cruz, mereçamos um dia ter parte na sua ressurreição”, afirmou, evidenciando que Jesus “vem como rei, mas não vem montado num cavalo, como seria normal”. “Vem num jumento, sinal que é um rei diferente, que vem para inaugurar um reino diferente. Não vem para mandar, nem para se impor. O seu reino é um reino de paz, serviço, humildade, doação e entrega aos outros. A nossa vida, enquanto participantes da sua realeza, adquire sentido pleno quando se transforma em serviço aos outros”, explicou.

O bispo do Algarve sublinhou que Jesus, “sem deixar de ser Deus, aceitou descer até aos homens e fazer-se servidor dos homens para garantir vida nova ao ser humano”. “Aceitou uma morte que, para os seus contemporâneos era escândalo, uma morte infamante, para nos ensinar a suprema lição de serviço, do amor radical, da entrega total da vida”, complementou.

D. Manuel Quintas lembrou que essa deve ser também a atitude do cristão. “O caminho de Cristo, pede-nos a liturgia deste dia e desta semana, deve ser o nosso caminho: humildade, desprendimento e dom da vida. Que tudo aquilo que nos preparamos para celebrar ao longo desta semana, possa ajudar-nos a ser verdadeiros discípulos de Cristo”, desejou.

A Semana Santa terá como ponto alto a celebração da Vigília Pascal no próximo dia 4 de abril, na passagem de Sábado Santo para Domingo da Ressurreição. Este acontecimento, que sustenta a sua fé, trata-se da celebração mais importante para os crentes em Jesus Cristo.

A imersão no «coração» das celebrações pascais dá-se Quinta-feira Santa (2 de abril) com o início do Tríduo Pascal, na Missa vespertina da Ceia do Senhor.

Os horários das celebrações de toda a Semana Santa nas paróquias do Algarve estão disponíveis no sítio do Setor da Pastoral do Turismo da Diocese do Algarve.