O bispo do Algarve lembrou esta manhã que os padres, sendo “cooperadores da ordem episcopal, organicamente unidos entre si, constituem com o bispo um único presbitério”.
D. Manuel Quintas, que falava na Missa Crismal a que presidiu na catedral de Faro, tendo quase todos os sacerdotes do Algarve a concelebrar consigo, recordou que “todos os sacerdotes, tanto diocesanos como religiosos, estão associados ao corpo episcopal em razão da ordem e do ministério”. “Em virtude da comum ordenação e missão, estão ligados entre si em íntima fraternidade, que espontânea e livremente se deve manifestar no auxílio mútuo – espiritual, material, pessoal – na programação e execução dos programas pastorais, bem como na comunhão de vida e no serviço da caridade”, sustentou.
O prelado advertiu, contudo, que não são nem os bispos, nem os padres quem age na Igreja. “Unidos no único sacerdócio de Jesus Cristo, bispo e sacerdote, somos simples instrumentos, ou seja, servos do mistério que celebramos. Quem age, verdadeiramente, na Igreja por nosso intermédio é o Espírito de Cristo, o Espírito Santo”, alertou.
O bispo diocesano acrescentou que “esta unidade e comunhão está igualmente presente na participação na bênção dos óleos dos catecúmenos e enfermos e na consagração do óleo do Crisma”, que ocorre sempre na Missa Crismal e que serão usados durante o próximo ano na administração dos sacramentos do Batismo, Crisma, Ordem ou Santa Unção, ou na dedicação dos altares ou de novas igrejas. “Nestes óleos, levados pelos vossos párocos para as paróquias que lhes estão confiadas, o bispo, fundamento da unidade da sua diocese, estará «presente» (e com ele toda a Igreja diocesana) na administração do Batismo, Confirmação e Unção dos enfermos”, acrescentou.
D. Manuel Quintas explicou que outro elemento igualmente expressivo da identidade sacerdotal é a renovação pública das promessas sacerdotais realizada pelos padres durante a celebração como “expressão da fidelidade a Cristo, ao dom do sacerdócio recebido e à Igreja” da qual são servidores. “Renovar as promessas sacerdotais é renovar o compromisso de serviço à Igreja concretizado naqueles que o Senhor nos confiou, é reafirmar a fidelidade ao Espírito Santo”, completou.
O bispo do Algarve exprimiu ainda a “unidade e comunhão” na memória daqueles que fizeram parte do presbitério “e o Senhor chamou a si”, lembrando, de modo particular, os mais recentemente falecidos, os padres José Nobre Duarte e José Nabais Pereira, bem como o diácono Joaquim Mendes Marques, agradecendo pelo “serviço e testemunho à Igreja diocesana”.
D. Manuel Quintas exprimiu ainda o “louvor ao Senhor pelo dom do sacerdócio e do ministério” do padre Joaquim Beato, pároco de Armação de Pêra e Porches, que em agosto celebrará 50 anos de ordenação sacerdotal. “Idêntica alegria exprimimos pelo dom de novas vocações à vida consagrada e ao sacerdócio. Neste ano dedicado à vida consagrada, temos presente todos os consagrados e consagradas da nossa Igreja diocesana que a enriquecem com o dom dos seus carismas e o seu serviço generoso e desprendido”, acrescentou.
A terminar, o prelado pediu aos leigos (entenda-se não clérigos ou consagrados) vindos de todo o Algarve, cuja presença disse significar o “profundo sentido de comunhão eclesial” daquela celebração, que rezem pelos seus padres que hoje quiseram acompanhar. “Estimais os vossos párocos. Rezai, cada dia, por eles e por mim, para que o nosso amor fiel a Cristo se alimente, cada dia, no testemunho da palavra que vos anunciamos e fortaleça sempre mais no dom da eucaristia que vos distribuímos, para que a nossa entrega sem reservas a esta nossa Igreja diocesana seja sinal e transparência de Cristo bom pastor que continua a dar a vida pelas suas ovelhas”, pediu.
Homilia de D. Manuel Quintas: