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Foto © Samuel Mendonça

O bispo do Algarve afirmou no sábado que o “anúncio de Cristo e do evangelho” constitui o “fundamento e o núcleo essencial”, bem como o “princípio inspirador” de toda a ação pastoral da diocese, “seja qual for o programa pastoral, seja qual for o lema que o inspira, as prioridades e as propostas pastorais concretas”.

D. Manuel Quintas falava na Assembleia Diocesana que reuniu cerca de 430 representantes das paróquias, dos serviços e movimentos da Diocese do Algarve no salão paroquial de São Pedro do Mar, em Quarteira, para apresentação do Programa Pastoral 2017/2020 da Igreja algarvia que será dedicado à família, juventude e vocações.

“Cristo constitui o princípio inspirador do que somos e do que realizamos na Igreja. Se perdermos esta referência está tudo estragado. Se nos substituímos a Ele é um desastre e uma fraude. E defraudamos aqueles a quem servimos. É d’Ele que tudo parte e é para Ele que tudo converge. E quero que este seja o princípio que anima cada um dos servidores na diocese, a começar por mim”, alertou, acrescentando: “a mensagem não é nossa, somos apenas instrumentos”.

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Foto © Samuel Mendonça

Na saudação que dirigiu na abertura da Assembleia Diocesana, o prelado deixou ainda um forte apelo à “comunhão eclesial”, lembrando que sem ela o trabalho é “infecundo”. “Agimos, trabalhamos e servimos em comunhão eclesial, senão também fica tudo perdido e também é uma fraude. Nenhuma paróquia se deve considerar uma «ilha» ou um «condomínio privado», totalmente isolado do conjunto da diocese”, advertiu, desafiando à “unidade e comunhão entre todos, sem rupturas”. “Isoladamente o que conseguimos realizar? O individualismo pastoral faz-nos retroceder sempre mais”, prosseguiu, apelando à “comunhão com a Igreja em Portugal”.

O bispo diocesano exortou ainda à “confiança e alegria” em “servir com dedicação” e com todas as forças a Igreja algarvia. “O dinamismo pastoral pessoal reside proporcionalmente na confiança que soubermos depositar naquele Cristo Jesus, vivo e ressuscitado, que é fonte e fundamento da Igreja”, disse.

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Foto © Samuel Mendonça

“Não nos fixemos, nem detenhamos nas nossas fragilidades e limitações, lamentando-nos como se tudo dependesse de nós. Queremos acreditar e confiar naquilo que Deus faz através de nós, apesar dessas limitações e fragilidades”, prosseguiu.

Na apresentação que fez do novo programa pastoral, D. Manuel Quintas disse ainda que ele se inspira no ministério do papa Francisco e que “não é um documento fechado porque é iluminado pela ação do Espírito [Santo]”. O bispo do Algarve admitiu assim que o mesmo possa vir a ter em conta mais alguma iniciativa que a Igreja venha a realizar ao longo dos próximos três anos.

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Foto © Samuel Mendonça

Referindo-se concretamente ao lema “Anunciar o Evangelho da família”, o prelado fez questão de o esclarecer. “Quando falamos em evangelho da família, a que é que nos referimos?”, interrogou, explicando que “o evangelho da família não é outra coisa senão o anúncio do amor vivido na família”. “A Igreja aprende com o amor na família a aprofundar o seu amor com Cristo”, complementou no encontro que contou também com a presença do padre José Frazão, superior provincial dos sacerdotes da Companhia de Jesus (jesuítas), de visita à comunidade jesuíta no Algarve.